terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sou assim feito o tempo!

Sou assim feito o tempo
de manhã um sol
de tarde uns temporais
às noites, sopro de um arrepio gelado
e nas madrugas contemplo
o amor da estrelas,em silêncio.

Sou assim feito
de defeitos como os tempos
seco e quente
entre um verão ardente
e uma rajada de vento intermitente.

Sou assim,  um único sim
para vários nãos
sou uma mão vazia
cheia de dedos
sou vários erros
em busca de um fim.

Sou sem ser,
vou sem ver,
amo sem poder,
creio sem querer,
vivo na esperança
de viver o amor
que o tempo reservou
aos imperfeitos
com eu.

andi valente

sábado, 25 de dezembro de 2010

DETALHE

Um Natal de rebanhos interconectados
acanhados de sentimentos e ligados
pelas conexões que burramente se esquecem
de atender aos anseios alheios,
ignorado, choro...

Acanhado pela realidade
amendrontados pela mesmice reinante,
entediado horas antes,
acovardado ante as orações dos semelhantes,
desânimo.

Desanuviado,
o semblante não reflete a dor
que corta minh' alma sem explicação
e a persistente humilhação dos meus
goteja tristeza no meu fígado perfurado.

Os sinos gritam do outro lado do verão
meus instintos não explicam tanta confusão
em profusão,
embebido pelo âmago da rejeição
sofro.

Qualquer celebração é motivo
para oração e consumação,
consumido no detalhe
rejeitado pela exigência do detalhe
nunca fui bom de pormenores
meu talhe
hoje não passa de um mero detalhe!

andi valente.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

www e pronto.

23 MINUTOS SE PASSARAM
as corredeiras do rio da morte foram ficando perenes
inertes ao frio que descia das montanhas geladas do outono
Maíra e Claudio faziam amor por email um em cada margem do rio.

Ao gozo frenético e telepático de um clique
o delete da conexão interrompeu a gestação de mais uma noite de amor
a sensação de impotência foi aproximando os olhos e refrescando as têmporas
o silêncio dominava a alma e o barulho da vida incendiava os sentidos em vão.

Máira gemia e gritava, Claudio olha e gesticulava a flâmula  desfraldada de sua calça
o gozo molhado, o suor e a boca trêmula da fêmia percorriam as margens de um lado ao outro
o masculino dessa vertente não emitia sons, só fazia as caretas peculiares de um animal
sedento por amor e impedido pela distância que água impunha.

Fim do gelo
a conexão  reestabelecida
e o amor,
foi procurar
um novo rio
disposto
a aproximar a pele
e o sentimento
separados pela evolução humana
distanciados pela necessidade premente
de tecnologia,
o cupido das histórias
se refugiou na mata
desvirginada pela ganãncia,
na esperança
que uma alma cheia de benevolência
estivesse apta a amar o toque
da pele
o calor do corpo
e o sentimento sincero...

Seguimos agora o enterro do cupido
funesto e ultrapassado sentimento
que foi trocado pela procura
de um endereço e um rosto moldado
nas telas de LCD, e o sonho do amor verdadeiro
fica
cada
vez
e
insuportavelmente
maior
à medida
que a velocidade dos gigas e das memórias artificiais
se multiplicam
e o amor
MORREU
e a poesia
ENTERRADA
na alvorada de mais um dia de geladeira vazia
e nós como ficamos,
SEPARADOS
pelo oceano
de conexões difusas
e a vida
PERDIDA
num desses www e pontos,
pronto.

andi valente.

domingo, 19 de dezembro de 2010

sujeito

Não vi o sol nascer
não vi a lua crescer
me perdi pra você
errei nos mesmos erros
esqueci de mim.

Todas as lágrimas foram represadas
nossas histórias mal contadas
nossas trilhas sem os mapas
nossas bússolas sem um norte.

Nosso amor eu deixei em banho-maria
um fogo brando num canto do espelho
gás que não faz questão de terminar
amor esse que esqueci de esquecer.

Os rascunhos não foram limpos
nosso  limbo perdido
nossas promessas esquecidas
os discursos reescritos
nossas velas apagadas,
escureço.

O vazio do caminho sem o seu silêncio
me faz perder uns tempos a me encontrar
o barulho das pegadas na estrada
não me deixam perceber as nossas faltas,
entristeço.

Nosso rituais
...

Os rumos podem não ser os mesmos
os adjetivos sofreram com os nossos tropeços
mas o meu amor eu desconheço, talvez
prejudicado pelos predicados dos nossos erros
perdi os mesmos, as senhas e os endereços
e agora sofro,
toda vez por um novo recomeço.

Eu posso declamar as mais belas poesias
cantarolar as melhores cantigas de amor
perfumar todas as nossas declarações
enfeitar todo o nosso jardim, com as melhores flores
mas não posso escolher quem vai morar no seu coração,
endureço,
esmoreço,
seja feliz...


andi valente

Maldito poeta!

Maldito esse poeta que me fez acreditar
no perfume das flores
que me fez sonhar de olhos abertos
maldito,
maldito,
maldito,
maldito...

Que descreveu corpos que não os teus
que pintou telas que não as tuas
e falou palavras suas
que me fizeram apaixonar
uma paixão louca
por ti,
maldito...

Poeta que sabe sentir
mas não sabe curar
as dores de um amor
sem cura,
poeta que descreve a ilusão
que encanta
pela paixão
oh! O poeta não sabe amar
só sabe imaginar o amor perfeito
ludibriar os corações,
não quero poetizar
quero amar
...

Poeta vendedor de sonhos,
poeta mentiroso
nunca vivi esses seus versos
nos meus sonhos,
nunca senti
suas loucuras na minha lucidez
nunca imaginei
imaginação
imperfeita feita à luz da sua derradeira
tristeza...

Quero matar os poetas que me enganaram
quero
morrer por não sentir algo tão belo
não ser desejado
não ser amado como no descrito
pelos poetas dos amores perfeitos...

Quero morrer só quando ouvir
um poema de amor
escrito pra mim,
quero morrer
quando viver um amor
que existe nesses poemas
encostados nas prateleiras
de uma livraria qualquer
quero morrer só
se o só conter esse amor
que espero ter
de você...

Queria saber escrever
queria não ter inveja das poesias concretas
queria não invejar os namorados
os amores,
os sujeitos calados
quero amar
como se amam
as amados
em poesias
ou em lindas fotografias
quero um amor
certo ou incorreto
quero
um colibri no jardim
um sorriso sem fim
quero a magia dos eternos apaixonados.

Quero, talvez um querer
de passado concreto
um quero
um quisesse
um querer desprentencioso
só um verso
uma estrofe
uma frase
uma palavra dessa sua poesia
maldita
de amor
maldito poeta dos sonhos
irreais
...

andi valente!

quando!

Quando
as frases feitas não serviam de anestesia
quando
as rimas prontas não curavam meus medos
quando
suas lágrimas  se foram
foi
quando
os nossos quases
se tornaram
um adeus...

Quando
as respostas silenciavam as perguntas
quando
as risadas engasgadas saiam atravessadas
quando
não existiam mais
quandos
chorei
pelos cantos
todos os prantos
e as faltas dos quantos
anos de solidão conjunta...

Quantos
quandos depois
eu fui
me encontrar no seu desespero
quantas lágrimas
represadas
nas esquinas do seu olhar
quantas?

Quando não haviam
outros tantos,
talvez sonhasse
em começar,
foi quando percebi
o quanto de nós
sofreu
e
morreu pelo caminho
e o reinício
era o fim
do nosso destino...

andi valente

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

De antes até hoje!

De antes até hoje,
fui expectativa,
fui perspectiva de realidade,
fui esperança

Diante do sonho que não se realiza,
sou eu
quem agoniza
nas fendas das calçadas
sem fama,
inundadas de bitucas
sem chamas.

Distante da realidade que busco
não viverei
os erros de suas escolhas
não serei
lembrança de suas andanças

não,
plantarei futuro com sementes
de um passado
que amargam meu semblante.

De antes até hoje
fui um eu
de agora até um distante fim
serei meu.

Diante dos nós
escolhas,
eu refazendo as fundações do vento
você descobrindo as verdades do tempo.

Nossas calçadas talvez se cruzem
numa esquina qualquer...

andi valente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

amor meu, triste!

Quando você me disse que um velho amor assombrava nossas sombras
Percebi que o nosso amor era apenas um reflexo distorcido do presente
E que se os medos ainda rondavam nossa existência fragilizada
É porque em nosso futuro esta preparado não um, mais alguns caminhos
Que podem nos fazer perder a sombra dos nossos desejos
...e interromper o que chamamos de amor verdadeiro.
 
Quando você me disse que a vida era um resumo do meu eu inteiro
imaginei que os seus olhos fossem a razão do meu viver
e o seu gozo fosse a elevação do meu ego ao paraíso celeste
pequei,
errei,
e quando percebi que nada do que digo te faz voltar atrás
e que nossos erros agora estão jogados embaixo dos nossos cobertores, em camas separadas,
e nossas dores escancaradas amarradas as tralhas do cotidiano mundano
derreti as sobras e resolvi partir.
 
Meu coração não se encanta com o canto de suas andanças
chora uma magia desfeita ao som de uma trágica falha humana,
desencanta um cantar de criança que me faz lembrar dos seus gemidos lindos no
alvorecer de um dezembro tristonho,
e que agora soam como canções tristes
palavras frias de uma alma de sentimentos congelados
feito paisagem
morfina natural de uma criatura em desespero.
 
O seu silêncio no meu enterro foi o meu derradeiro fim
suas lágrimas não caiam
suas falas miúdas eram um nada que o tolo queria ouvir
seus carinhos eu busquei na minha memória viva
e não te encontrei,
despeçado por inteiro
sobrevive ao seu desprezo e rumei 
rumo ao encontro de um alguém
que me desse tudo
menos o que você prometeu, amor meu...
 
andi valente 
 
 
 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

lamentável...

Lamento
os meus pensamentos
que de tão pequenos

free
mentos.

lamento
lamentar
o sofrimento
lamentável
de todos os
acontecimentos
lamentáveis...

Todos exatamente
iguais
lamentamos
os lamentos
causados
irremediáveis
e lamentáveis...
inevitável...

andi valente

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Há um eu!!!

Há um fado fadado ao fracasso
                                               [fala tão somente de amor ao acaso
Há uma farda fraudada
sem mancha, sem nada
                                   [nunca foi vestida pelo espírito da guerra
                                    somente pelo espírito da paz.
Há um fardo mofado
sem uso, sem espaço
                                [foi guardado no armário dos meus escritos primários
Há uma frauda molhada
herança dos erros e de muita esperança
                                                            [criança, não me julgues, sou adulto
                                                             só nos dias, mas nas noites...
Há uma flauta jogada
que nunca foi tocada
                               [é o meu amor que te espera...

Há um fado jamais executado
fadado ao esquecimento
                                    [meu coração espera o sorriso dos seus gestos
                                     o carinho aberto dos seu brilho eterno...

um eu que nunca houve
tão seu como o meu...

andi valente

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Eu eu você

É fim de primavera
é dezembro
sol
calor e
o seu amor me fez chorar de dor

É natal
é início
de ciclo e solstício
é o princípio
do nosso abismo
e do precípicio
que separa nossas difusas
intenções.

É
ano
de sonhos novos
é
sonhos
de anos
velhos
somos eu
você
indiferentes.

É
os
nós,
 de nós mesmos
pesadelos
 dos nossos presentes.

É
apoteose
rua de lágrimas de um carnaval 
e as agruras que não se curam.

É o amor
que caiu na rotina
das suas palavras descuidadas
e as culpas sem culpados
e as desculpas
arrumadas
em cima de horas
atrasadas
e o discurso que não muda.

Ou sou eu o seu problema?

É o amor
coisa que não se pega
mas se apega
coisa que não se vê
mas
se sofre por não se ter.

É,
eu não sei
se amei
só sei
que foi
você
que desejei
amar
até o mais profundo
das minhas profundezas.

É
dezembro
fim de primavera
início de
 de mais
um sonho.

andi valente

domingo, 5 de dezembro de 2010

calor

Esse calor asfáltico que me faz perder
os sentidos nessa sampa insana,
preciso respirar,
preciso do mar,
preciso do seu amar,
preciso de um suspiro
preciso de um vento no meu silêncio,
preciso de água,
pois o fogo me queima...
Queimou
o ardor do seu calor
e a flecha do cupido
machucou
meu coração
que sangra
mandigas
estranhas...

machucou
o seu amor
e o cupido
que me flechou
morreu
no calor
do cruzamento
entre o desejo do mar
e o desejo de amar.

Quero um rio pra poder nadar
pois ao mar eu não sei chegar
quero me limpar
das lembranças do calor ruim
do seu mar

maldito rio que não me leva pro mar
só me atrai as lembranças do seu amar
maldito calor de sampa
que não me deixa pensar

andi valente.

sábado, 4 de dezembro de 2010

viva!

E chegou a noite,
chegou o sábado,
cheguei e respirei
o mundo que existe em você,
haviam muitos, os sábados,
que esperei encontrar um botão de rosa
para iluminar essa ausência
que me fazia sofrer.

 Enfim encontrei um motivo para viver,
encontrei

os lábios teus, e te amei...
VIVA!

E chegou
no vagar das horas
tua beleza
e me fez esquecer a tristeza
das minhas desculpas
seus motivos
fizeram os meus
sorrisos rirem mais,
e chegou o sábado
a atiçar
os meus sofrimentos
mas tenho agora
você
e
posso
sofrer, pois seu sorriso
vem me prender
e me faz esquecer
todos os sentimentos.

Enfim encontrei um motivo para viver,
encontrei,
minha esperança
nas tuas andanças
e me encontrei
nos versos dos teus beijos
e te amei... VIVA!

ANDI VALENTE

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Teus olhos derradeiros

O principio dos meus sonhos
teus olhos tristonhos
não me deixavam dormir.

Suas bochechas rosadas
entre o nariz e a orelha
eram a face repleta das incertezas...

Meus medos medonhos
meus risos risonhos
meus atos atômicos
eu quero fugir do olhar
dos seus olhos, não consigo.

Eu amo
te amo
amo o suficiente
para
amar
os dois
em três
de quatro
os
caprichos teus.

Odeio odiar a ideia
de não te odiar nenhum segundo
pois o amor cala
quando vejo meu mundo
através do seu olhar.

Derradeiro imundo esse injusto
tempo que me faz calar
ao sorrir,
chorar
e ao sentir,
morrer
por não me ver nos olhos teus.

Teus olhos
meu mundo
teus olhos
meu tudo
teus olhos
meu  eu
teu olhos
ceguei,
cego de um amor
que não
vê,
passado,
presente
não
futuro não!
Teus olhos
meus,
meu derradeiro
erro...

andi valente

derradeiro oitavo, O PRINCÍPE


eu
amo

Dois

NÓS
amamos
3
Manés
iguais a nós
choram
os lençóis
quatro
Andrés
cinco
6
7
oito
o encanto
se foi
brando,
no
manto
de uma linda
senhora,
se esvaindo
como
um pedido
santo
salvo
pelos medos
do menino
que guardava nossos
segredos
no meio
dos
seus tantos
desejos
derradeiros...

andi valente.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SETE PECADOS DERRADEIROS!

7.  comer
 6. mentir
5 fuder
4 .fumar

3. enganar
2  matar
1 morrer

andi valente.

Cesto /sexto\ derradeiro!

Toda nossa história
nesse sexto dia
jogada fora.

Fotos,
declarações
contas telefônicas
frases
surpresas
todas
excessivamente
picotadas
jogadas
no cesto
sexto
de ingratidão
completo.

Sexta
sem paixão
cesta
da paixão
derradeira,
derrotado
em outro viés de baixa
estima explícita,
cesto
de serestas irreais
e incompletas.

Cesto de sentidos
multiplos
derradeiros
cesto de
sexto sentidos
incompetentes
que
guardam
mágoas
e lágrimas
derradeiras...

Derreto
meus eus
e jogo
no cesto
que o lixeiro
da sexta
faz questão
de levar embora
para um "LIXÃO"
onde
não possa
agradar
ninguém...

andi valente

quintos derradeiros...

Um quinto de felicidade
que me InVAde
1/5 DE AMOR próprio
que me suFocA
1/5 de infelizes à  rigor.
Que me ultrajam à revelia
 1/5 de Meninas que me amam
1/5 de meninos que inflacionam meu ego errante.

Que inferno de quintos
paridos
que me deixam
perdido
ante o abismo contido
entre a virgula e indecência...

Derradeiros pintos drogados
que me saciam,
quintos infernais
que me governam,
quinto quarto
de segredos de terceiros
com segundas intenções
na primeira hora do amanhecer...

Quinta
com 1/5 do dia se esvaindo
sol à pino
e um quinto
de infelizes cuidando
do inferno
da vida alheia,
derradeiro dia
sem paciência...

andi valente.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

derradeiro quarto

Um quarto de vontades eu deixei passar
passado esse que o seu quarto me faz lembrar,
quarto de ansiedades famintas que
devoram as mentiras suadas
e os beijos roubados de um derradeiro
eu que não volta atrás.

Um quarto de maldades destiladas
foram tomadas nas horas das nossas
gargalhadas extravasadas
e no gozo maroto
de  nossas trepadas
desenhadas nas paredes da entrada.

Um quarto foi o escuro de nossas
lembranças
que não quero lembrar
e lembro
do gosto amargo
dos seus olhos
de criança.

Derradeiro quarto que me faz chorar
lembrança maldita que não cessa
olhar atravessado que me destrói
quarto de esperança que ainda tenho
quem sabe talvez  um dia,
o derradeiro seja somente
um quarto de lembrança.

andi valente.


derradeiro III

11
E 21
DA
manhã de quarta-feira
sem cinzas
eu
aqui
no meio
das
flanelas
e pijamas
comendo
rezando
gerundiando
e amando
o novo
cheiro
da fazenda

panela
e um rock
na vitrola
fastio
e um delirio verdadeiramente
derradeiro
de
comida
boa
e cheirosa
que
dá dor
até
fazer
bico
de tanto
satisfazer
o prazer
do umbigo

andi valente


derradeiro II

09
e catorze da manhã
do primeiro dia
anterior ao meu
fiz amor
amando
sei lá quem
amei
o primeiro
ninguém
mas
AMEI,
ai
como o botequim
da esquina
serviu
de inspiração
para
o meu
deleite
AMEI,
amar os segundos
segurando
a esperança
de um amor de criança
derradeiro
e
sincero.

andi valente

derradeiro

01
dezembro
dois
mil
e
10
amei
às
06
e
cinquenta e cinco
da manhã
foi
amor
a segunda
olhada
a primeira
estava
bêbado
agora
estava com sono
Amei
como se
amam
os sonhos
as 07
e dezesseis
do
primeiro
dia
do derradeiro
fim.

andi valente