Verdades.

Verdades que não saem

só brotam no suor das noites

de lembranças boas

Verdades que servem

como desculpas das nossas mesmices

ou crendices de mentiras boas

Verdades que não contam

que se traem

verdades que como nós são pura enganação

Verdades que não me lembro

lembranças que não acalento

verdadeiras melancolias de outros tempos

Verdadeiro

o mentiroso que fez você acreditar

que o amor para ser verdadeiro

precisava de uma boa dose

de você.

Verdades que quando ditas

escritas

são malditas em bocas alheias

Verdades que quando não ditas

reescritas

são bem vindas em corações sinceros.

E de todas as verdades

a única que me faz sobreviver é

que mentir para si mesmo pode ser

a melhor verdade

que você pode dizer

em sua vida toda.

andi valente

Vago

Vago a procura de algum caminho
vago na imensidão do nada
para preencher as lacunas da solidão,
vago à beira do abismo
cisma ruim
de algo bom,
vago vigiando a noite
esperando do dia
sorte ou morte.

Vago entre os dias e o espaço
a procura de um suspiro de esperança
vago entre vagas lembranças
no porão empoeirado de ressentimentos
vago através de vagões vazios
trilhas incompletas de inquietações
trilhos destruidos por supertições 
vago através das piores verdades
me escondo atrás das melhores mentiras
me reviro e desabo
não abro meu melhor perfume
não desfilo meu melhor figurino
não permito permitir que me façam feliz
sou vaga lembrança
da criança que outrora se fazia feliz.

Vago,
vazado
vazio
esperando o inesperado
vago procurando as lacunas do seu ouvido
vagando na ânsia
de qualquer flor de esperança
vago na busca dos improvável
entre os sussurros definitivos
e de suas entranhas
que não me saem da lembrança
vasto,
vadio
vago venerando sua fala mansa
seus exageros,
seu imponderável sentido de ser
não quero a culpa
quero somente aprender a dizer tchau
não quero venenos
só um antídoto para o nosso mal

Vago
no vazio do nosso tempo
vago
condenado a me sentir culpado
por me prender as desculpas
que o tempo me condena
mas a alma regenera,
vago
a procura de uma luz
que queira como eu
vagar em busca da
felicidade...

andi valente.

Louco;.

Este verme que consome minhas fomes
que destrói minhas fontes
que escurece meus planos
não consegue destruir o que sinto aqui

Os amores que foram parar debaixo das prateleiras
dentro de geladeiras frias
em comodos vazios, nos palácios construidos de sonhos
não me surpreendem mais em nada, nada...

As ruelas que entremeam as favelas
as varandas recheadas de desalmados de pijamas
as crianças que patrulham outras crianças
não me ensinaram ainda a sair dessa ciranda.

E você?
Onde é que te encontro,
como faço para descobrir o paradeiro
desse picadeiro de ilusões
onde? Como?

Sai pela rua gritando
algemado aos fantasmas da minha tribo
susurro
sorrindo
e ouço ao fundo
um sugismundo delirar:
Eu te amo, vagabundo!

Andi valente.

Inconsequente.

Incessante
essa busca por uma marido
ou por um amante

Interessante
essa falta de esposa
ou de uma boa dama
boa de cama

Indecente
essa cama revirada
esse marido que não chega
essa amante que não cansa

Incoerente
essas frases que não marcam
ou essa marcas que não colam
essas mentiras que não cessam
ou essas verdades que se moldam

Irreverente
essas toalhas molhadas 
esses panos de pratos rasgados
essas meias furadas
esses flashes disparados
essa pose de artista
esses remendos no meu sustento

Inerente
essa dor que sinto no peito
uma parada cardíaca, eu suspeito,
Irreversível
eu sustento que aprendi que a morte
é aliada da vida
e a vida não conspira contra a morte
são um eterno caso de amor e ódio
mas sempre se casam no fim...

andi valente

Chega...

Chega de saudade
chega de lembranças que não são boas
chega de me contentar com metades esfaceladas
chega de ser um restinho
ou um lugarzinho de qualquer cantinho.

Chego
acendo a luz e não me reconheço

chega de sutileza
chega de falsa modéstia
papel de pão amassado
sonhos amanhecidos
chega de chegar atrasado
chega de contentar uns poucos
chega de cantar pra ouvidos surdos
chega de bater em cabeça de doido
chega de chegar arrasado
chega de não achar saída
chega
de trocados
de pingados
de bolso furado
chega...

Chego olho a mesa
e não te vejo

chega de criar incertezas
chega de imaginar suas belezas
de criar criaturas para endeusar
chega de ouvir vozes na minha cabeça
chega
de tantos nãos
de tantos talvez,
chega de uns tantos de indagações
chega de lágrimas
de sair correndo
de viver fugindo
de não sei lá o quê, nem sei lá pra quem...

Chego
e me basto
esse sou eu de fato
farto de objeções
falso só por opção
firme nas determinações
esse
você não sabe quem é,
esse
sou eu
o verdadeiro que se escondeu
atrás dos vários eus que você
idealizou para mim,
esse
sou eu
um himem retasado
um inteiro composto de vários pedaços
um sujeito, no meio de suas orações,
aquilo
é passado
...

Chega
o que basta agora
é o que me completa
se não me convém,
amém,
tchau e passar bem...


andi valente...

JOGO.

Eu jogo adivinhação
me distraio com palavras sem nexo
os acasos me desvirtuam do nosso caso virtual
fico a espera da luz amarela do meu fone aparecer
e indicar
É VOCÊ!...

Espero um gesto seu
espero uma fantasia sua
espero uma roleta russa
ou uma salada mista
espero um aceno
ou quem sabe um beijo, ao menos,
espero seu sorriso
seus olhos com aquele brilho
espero ser seu um dia
espero que a espera não seja em vão
espero que esperar você não seja meu prêmio
de consolação.

Eu jogo cartas
arrumo as certas para pegar você
a sorte ainda me espera
não sei se isso nos altera
os acasos me desvirtuam do nosso caso virtual
fico a espera da luz amarela do meu fone aparecer
e indicar
É VOCÊ!

Fico a espera da luz seja qual seja a cor que apareça
espero sempre que seja um recado seu
espero sempre que esteja na caixa postal
espero que me veja de um modo sem igual
espero que ainda me chame de VAN DAMME
espero que eu ainda seja sua chama acesa
espero que a aspereza de nossas brigas ante a mesa
seja só um caso de ciúmes
espero que sua fome de certezas
seja saciada pela minha chama de convicções
espero que minha persuasão íntima
seja suficiente para aplacar essa sua sede de decisão

Eu jogo todos os jogos com você
eu jogo o certo, o duvidoso e o errado para ti ter
jogo de amor não tem perdão nem dívidas
tem satisfação coragem para ser feliz
os acasos me desvirtuam do nosso caso virtual
fico a espera da luz amarela do meu fone aparecer
e indicar
EU AMO VOCÊ!

ANDI VALENTE

Emudecido...

Os buracos que cavei em mim
foram para esquecer de ti
nas valas onde forjei minha sepultura
estava escrito:
Este amor eu não mereço
mas se foi meu, esqueço jamais...

As asas que perdi nos seus caminhos
me fizeram revirar o mundo
erro o logradouro
a rua e o mal agouro
mas não erro os mesmos erros

Essa malandragem tatuada nas sua retinas
não combinam com a tolerância dos meus medos
essa desfaçatez que domina suas calcinhas
não combinam com meu pijama xadrez

Mudo, fico assim,
mudo,
paralisado com suas meias três quartos
com seu jeito indiferente
com sua indecência séria
fico nas esteiras da vida
correria desenfreada sem chegar a lugar algum,
fico nas gangorras do mundo
no eterno sobe e desce de sentimentos
quando penso que cheguei
tudo recomeça
quando penso que é o fim
vejo no fundo a luz de um novo começo
quando sinto que você se foi
vejo outro você e recomeçam meus descaminhos
mudo,
fico assim,
mudo diante de tantos vocês
cheios de amores rápidos
eternos e finitos
emudeço
e sigo á beira do abismo
sempre esperando um paraíso
ou um rio que me leve de tudo isso...


andi valente.

Só li dão;;;

Ela acreditava nas minhas verdades

por isso eu sobrevive por tantos andares

ela amava os meus olhares

por isso eu resisti aos assaltos dos meus sentidos.

Enquanto ela me enxergava com a bondade dos anjos

eu encapetava uns goles pros santos

enquanto ela dizia doçuras sobre minha formosura

eu envenenava meus sentimentos com os gemidos

e outros tormentos nada amenos...

Enquanto ela amava

eu traia,

enquanto recebia sentimentos puros

eu emanava ressentimentos duros

ela era um tudo

eu era o resto de todas

ela era o simples

eu complicava o fácil

ela uma simpatia

eu hipocrisia

ela delicadeza

eu com sentimentos de grandeza

ela era o sonho

eu a insônia

ela toda pura

eu atrás das putas,

ela inteligência

eu displicência

ela era o que todos os homens queriam

eu nunca quis nada com ela.

Ela foi feita de amor

eu de uma trepada no calor,

ela era o detalhe

eu um disfarce,
nosso amor nunca passou de uma bebida fria

nossas noites nunca foram completas

nossos dias teimavam em não terminar,

eu procurei em todas tudo aquilo

que você teria

você viu em mim tudo o que nunca

consegui sentir

nossa equação não tinha sentimento

era razão,

nosso amor era um plantação de coisa nehuma

em algum lugar qualquer

e a colheita

foi desfeita

numa dessas chuvas de verão,

ela continha amor

eu me desfiz em solidão

.

.

.

andi valente

Por que?

Por que você se deixou perder de mim
onde ficaram nossas promessas
onde foi que nos perdemos
quando foi que as rosas dos nossos jardins,
partiram...

Por que você se deixou perder de mim
quantos começos  não tiveram  um fim,
quem de nós errou
ou teve vergonha de dizer sim.

Por que você se deixou amar assim
me descobriu,
me cobriu com o brilho dos seus olhos
me iludiu
fez tudo ter sentido em mim
me revelou
me fez sentir a importância
de um verdadeiro amor
e simplesmente me deletou...

Por que você se deixou amar assim
acreditei no seu querer
fiz as pazes entre o céu e o inferno
se errei
foi aprendendo a amar o seu amor
foi querendo querer o seu querer
e quando descubro que o seu tudo
é o  meu melhor ,
você some
e me rouba de mim.

Por que você se deixou perder de mim
por que você se deixou amar assim
...

andi valente.

pensamento.

Perto

sigo

ouvindo

mosquistos

zunindo

no

ouvido

Tanto

quanto

a morte

ronda

minha

sorte

Sopro

divino

de

paciência

alheia,

sumo

Digo

ao

mundo

que

fico

mudo

diante

de

tanto

escárnio

Espasmo

de

liberdade

ante

a

qualidade

do

nada.

e

o

começo

sempre

gera

um

meio

que não tem fim

andi valente.



se o que precisa...

Se o que precisa

são os meus ouvidos

eu te ouço,

se o que precisa
são dos meus olhos
eu te guio,
se o que precisa
são minhas palavras
eu te digo,
elas são todas suas,
se o que precisa
é do meu perdão,
o que foi feito esta feito
e o mal entendido desfeito
caso  algum  mal fosse feito,
quem teria que ser  perdoado
seria eu,
o desdito
dito
 o perdão perdido
e as pontes que nos ligam
reconstruídas,
se o que precisas é de um ombro
os meus são todos seus,
se precisa de um aconchego,
chego e digo que você é nosso,
se não sabes por onde ir
eu te acompanho,
se não sabes onde pisas,
pisamos onde quer que seja,
se precisas das chaves,
arrombamos as fechaduras,
se precisas das verdades
eu vou buscá-las dentro de nós,
se precisa dos sorrisos
sorriremos juntos,sempre,
se precisas ir ás lágrimas
eu tenho os lenços,
se tudo for em vão,
você valeu a pena,
se te disserem não,
vamos procurar até encontrar o sim,
se tudo nos conduzir ao fim,
inventamos um novo começo,
lembre-se que foi com os nossos tropeços
 que chegamos a este bonito recomeço,
se o telefone não atende,
não se preocupe,
posso estar ausente
mas meu coração estará sempre presente,
se eu faço birra,
é pra chamar sua atenção,
se todos fossem iguais a você,
você sempre seria e será, único,
se toda a unanimidade é burra, eu sou,
pois a minha por você é unanime,
se porventura nossos caminhos seguirem
destinos diferentes,
meus pensamentos estarão ao seu lado,
se precisa de amor
eu te dou todo o meu,
se precisa de mim,
aqui estou,
se precisas ser amado,
EU TE AMO...
E se nada precisares,
tudo o que é meu ainda sim,
será sempre seu...

andi valente.

Vejo...

Vejo os rostos assombrados com problemas
vejo o mundo assolado de dilemas
vejo os dramas recheados de chocolates quentes
batatas fritas e vários copos de refigerante,
vejo a pipoca esparramada na sala de espera
esperando a guerra que a nova era prometera
na tela de l.c.d,
vejo os games derrotando vidas
vejo vidas ceifando vidas
vejo luas em noites absurdas
vejo o sol sem o mesmo ardor
vejo o mundo debaixo do meu cobertor
vejo o clamor de um povo sem pudor,
vejo a dor
vejo rios sem água
vejo água sem boca
vejo boca sem corpo
vejo corpo sem alma
vejo almas sem dó
e sem dó a dor me tomou o peito
e se esqueceu de mim,
vejo as rimas sem poetas
vejo as frases
vejo as fases da lua
vejo o fim das estações do ano
vejos os mártires de tanga
esturricados com pouco pano
esculpindo o corpo com os desenganos
engando a mente com seus enganos,
vejo um sujeito no espelho
e não me reconheço
vejo o fim
e o recomeço
vejo as rugas encobrindo as várias lutas miúdas
vejo o vento abanando meus brancos sentimentos
vejo o tempo corroendo meus minutos por dentro
sento e penso,
como eram bons os pastéis de vento,
os bolinhos de chuva
vejo tudo ao som dos meus pensamentos
vejo as risadas desdentadas
vejo uma blusa amassada
um vela queimada
uma promessa não paga
uma folha rabiscada com amores não amados
vejo a felicidade prometida
vejo todas as atrocidades cometidas
vejo Deus
e suas religiões
vejo também os pagões
só não me lembro
onde foi que esqueci
de olhar para mim...

só não me vejo sendo eu mesmo
.
.
.
andi valente

existo.!

Respiro para me compreender
existo para responder os porquês
sou fato mas não entendo os riscos
estou farto de ter que corresponder
a todos
a tudo
a isso...

De fato os fatos são meros fuxicos
raros são os momentos propícios
chatos os meus - e eu com isso...
Me debato
debruço
me irrito
não entendo metado dos crucifixo
muito menos um terço
de um cesto de lixo
quem dera talvez
um quarto
de solidão
e eu aqui a procura de explicação.

Quintos são os infernos fictícios
das segunda intenções alheias aos
meus verdadeiros sentimentos
resisto
sofro
abdico
do meu trono de todo poderoso
faço cena
entrego o jogo
no meu primeiro ato realmente
generoso,
convencidoque tudo pode
ser um grande sacrifício
faço como os bandidos
roubo
para ter atenção de poucos
mas digo ao mundo que existo...

andi valente

desnudo...

E
esse
sorriso
desnudo

e
esse
olhar
enamorado

e
esse
amor
desavergonhado

prestes
a
perecer
prestes
a
renascer
ser
prece
atendida!

prestes
a
nos
satisfazer
pressa
de
acontecer
pressa
em
desnudar
seu
ser...

andi valente

Dei!

Dei

rosas aos seus sonhos

suor ao seu corpo

sorriso ao seu rosto

tempo ao seu temperamento

paz aos seus pensamentos

dei

felicidade aos momentos

alegria as fotografias

esperança aos sentimentos

tesão ao seu membro

dei

você

 a

 você.

andi valente.

Encontros de amor...

Nos olhos
estavam a chave da nossa busca
a senha que tanto tentamos abrir
pareciamos velhos conhecidos
o sorriso se abriu
e o coração
fez festa
palpitou
gol...

As estrelas deram as mãos
a lua empolgada
foi pedir a luz do sol que iluminasse
logo esse reencontro,
as nuvens emocionadas derreteram-se
em lágrimas nos banhando
com as bençãos do céu
lindo...

Discussão...

Hinos tocam
sinos dobram
um templo vazio de almas
repleto de corpos vazios
escombros humanos
retalhos tecidos com a culpa
sentimentos talhados ao som do vento
palavras que calam...

As almas fazem fila
fumam cigarro no estacionamento
discutem,
repercutem sentimentos à sombra
de nuvens cinzas
inconformadas com a inconvêniência
da realidade
choram...

As mentes discutem incessantemente
se culpam pela divisão
por não conseguirem mais unir
a fraturas da cisão entre a audição
e o coração
falam desesperadamente
e se matam  com a ilusão

A alma na lama
o corpo na cama
a mente de pijama
e o mundo
cavando seus buracos
num barranco profundo.

andi valente

passado...

Meu passado era doce
criado a pão-de-ló
cheirava bolo quente
mas não quer mais saber de mim.

Era um Romeu e Julieta
bem casado
feito de bons bocados
enfeitado
feito de enfeites
que tiveram fim

Ruim ou bom ele se foi
foi feito
desfeito
reiniciado
estartizado
meu passado tem muita história
que não tem presente que de conta

Meu passado é um breu
cheio de labirintos
com chaves codificadas
armadilhas veladas
um chute no escuro
meu passado é assim
foi
fomos um casal feliz
agora
não quer mais saber de mim...

andi valente

Surto...

Há dias,
e os dias escoam pela minha retina
que o turbilhão entra em contradição
e ai penso,
pior
é a loucura me tomando de assalto
engano,
faço de conta
que todas as contas
não me pertecem
sigo
enganando os loucos
que pensam que são normais
sorrio
enquanto todos me apontam como
o bom
vejo que a loucura é um bem comum
e eu
um mal necessário,
desfaço
disfarço o embaraço
e vou convivendo com os bons
realmente
os racionais pediram licença
e os individuais
foram
mostrar suas qualidades nas fronteiras
entre o abismo e
o deserto
não entendo os entendidos
muito menos os totalmente esclarecidos
faço desapologia do letal
desapego do provinciano sentimento mortal,
um fel que acaba com meu ego
erros que não corrijo
e  acertos que não sigo
vivo
sem a compreensão
sem o desprendimento
só
vivo
e
o que
é
que
realmente interessa
se a vida
não puder ser
plenamente
vivida...

andi valente.

Por quanto tempo vai viver a sombra de sua própria essência?

Agora vivo ao largo da minha margem
distante da minha sombra
no cume dos meus pensamentos
vivo a procura dos instantes
não tenho chance,
faço do meu eu
presença constante.

Sou reflexo dos meus semelhantes
reflexão itinerante dos meus caminhos
circusncrito no meu próprio círculo vicioso
adiro aos sentidos mais simples do meu destino
vivo de instante em instante
revirando meus frascos de refrigerantes
a procura de um eu, feliz...

O que é para ser
serei,
o que era desde então
já fui,
o que é  para ser agora
não sei
não sou
vivo apenas o instante
inspecionando minhas próprias variavéis
subestimando minhas condicionantes
sigo,
procurando a essência do meu ser...

andi valente

Tudo!

Tudo é mutável
tudo é mutante,
tudo é instável
tudo é instante...

Somos a somatória de erros dos nossos antepassados
somos um terço dos sonhos em nós projetados
somos a decepção de idealizações que não são nossas
não somos ou queremos não ser,
somos como ou talvez,
um  poderemos ser...

Tudo é muito
às vezes nada,
tudo é instável
a todo instante...

Eu rasguei a fantasia
resolvi vestir a minha carapuça
desfilar na avenida a couraça da minha alegria
desisti, de me entregar e agradar quem não vive em mim.

Tudo muda
eu também,
tudo é instável
e como sou,
tudo é instante
eu sou sempre
o agora.

andi valente...

so BRE SALTO...

Os sonetos revoltados,
                                   reviravam nossos calendários,
                                                                                 a procura de uma passado
                                                                                                                          sem lembranças.

Onde errei

erramos em qual esquina

onde perdemos nossas rimas

qual foi a química que não teve fim.

Peço pressa em nossas promessas

   agilidade nas soluções                                                    

                                       os assaltos qualificados                                                                                             

os sobressaltos inusitados
o eu
o você

a amarela
aquarela
desafina
nossa
sorte
e
Cisma
com
a
nossa
morte
.
.
.

andi valente

Carga!

Carrego comigo os desamores

as dores

e os dissabores de um amar ruim.

Carrego comigo as frases prontas

as despedidas

as receitas de um amor ruim.

Carrego comigo seu último pedido

seu beijo

nossas lembranças de um fim.

Carrego comigo nossos desejos

alguns segredos

seu último suspiro,enfim...

Carrego comigo suas cobranças

nossos erros

suas lágrimas, de um fim.

Carrego comigo a culpa

os erros

e as desculpas pelo fim.

Carrego comigo os frutos

desse amor

uma lucidez que a dor do fim não apaga.

andi valente

todos os dias...

Cada passo dado
cada riso escancarado
cada olhar disfarçado
cada beijo sonhado
cada pedaço descrito,
entre seus lábios,
cada tudo ou nada disso,
é onde encontro meus pedaços.

Em cada pedaço que me vejo,
vejo você do meu lado,
em cada lugar que me encontro,
encontro nossos sonhos,não sonhados...

Cada sorriso sincero
cada noite amada
cada lua apreciada
cada chuva perfumada
cada olhar apaixonado
cada parte de um todo,
em cada parte que me encontro
vejo ao meu lado, o seu lado,
feliz.

Em cada pedaço que descrevo o nosso enrredo
sinto você pular dentro do peito,
sinto você amar o meu jeito
sinto você sonhar meus desejos
sinto você pulsar um sentimento sincero,
em cada passo dado,
sinto meu coração pular e
amar.

Cada dia que te amo
cada dia que vivo
cada dia que respiro
cada dia que te imagino
cada dia que te desejo
cada dia que sou
vejo o quanto és minha realidade
realização plena de felicidade...

Em cada noite que faço amor ao seu lado,

em cada noite que durmo com você agarrado
vivo a esperar pelo outro dia,
em cada dia que a noite demora
descubro o quanto  te amar
me faz viver todos os dias...

andi valente

coisa de louco...

Dizem
que o tempo
passarinhou os meus dizeres
engravidou os meus prazeres
desprezou os meus sentidos
infernizou o meu ser

Dizem
que o que digo
não se diz
não se explica
não se escreve
não se leva a sério.

Dizem
que o melhor que tenho a fazer
é não fazer nada
e que os meus maiores medos
eu fabrico dentro do meu peito,
é o que dizem...

Dizem
que dizer o que sentimos
é profundamente perigoso
que atravessar um mar ruidoso
é profundamente perigoso
que voar com os pés nos asfalto
é coisa de preguiçoso
que amar como se amam os loucos
é coisa de louco...

andi valente

Chance...

Esse jogo,
de esconder o que se quer perder
de aprender a prender
de amar você,
não faz mais sentido em ser...

Esse nosso jogo,
de jogadas ensaiadas
palavras meramente cruzadas
de escanteios e bolas foras,
de horas perdidas
esse jogo,
não faz mais sentido em ser...

Esse seu jogo,
de cenas decoradas
de palavras afiadas e desconfiadas
de gestos imperfeitos
gozos duvidosos e sentimentos fritos
esse jogo
não faz mais sentido em ser...

E nesse jogo,
o perdedor sou eu
assaltado em sentimentos mils
impedido pelo apito do fim
levei um cartão vermelho
chorei
e estou aqui
querendo a revanche
me dá uma segunda chance?

andi valente...

Acabar...

Acabar comigo é fácil
o duro é enterrar o que sinto
apagar o que digo
ignorar os meus ditos

Acabar comigo é fácil
o difícil é me aceitar
é  abraçar e me amar
é me entender e relevar...

Acabar comigo é fácil
eu mesmo faço
eu me julgo,  me penitencio
e me mato.

Acabar comigo é fácil
perco o que ganho
não falo bem
nem mal também,
só quero acabar com essa
sina
de ficar sozinha

andi valente..

f

Vai entender

Algo diferente,
não posso explicar
no meu sangue corre
minhas expectativas e tuas esperanças.

Vai enteder,
o dia que se segue a noite,
todo dia,
vai entender esse sentimento
que acorda e vai dormir
e não para,para te ouvir,
não para, para te ver,
não para, para sofrer,
em parada nenhuma nesse
caminho, parado...

Vai enteder
o dia da alegria
e a noite de sua morte,
vai entender
esse sorriso desdentado
essa risada diferente
essa lágrima bandida,
esse sentimento,
vai entender...

Entendo,
que ao não te entender
não me entendo
e ao não te ter
morro,
sofrendo
aos sopros do vento...

andi valente