quarta-feira, 27 de julho de 2011

Manso

Seja lá como foi,
fui construindo alicerces
unindo réstias e nacos
de modéstias,
fui desmontando arestas
escrevendo litros em conversas
angariando fundos de simplicidade
moldando histórias particulares
cultivando sociedades incorretas
modernizando atrocidades
polindo opiniões indigestas
fui destruindo o que me resta!

Seja lá como for,
foram todos que um dia pensei que
não fossem,
foram-se os dedos encantados com o vento
dedilhando frases de desapontamento,
fomos perdendo tempo com detalhes
se perdendo nos maus momentos
foram lágrimas que me fizeram perceber
que estava perdido em mim,
dramas de outras bocas
refletidas nos espelhos de minha alma
fomos momentos
cheguei a pensar que seriamos,
mas não fomos!

Seja lá onde tiver que ser,
sei que fui o que poderia ter sido
sem culpas ou bandidos,
simplesmente fui,
agora
sou o que posso ser
e talvez
quando o sol aparecer
serei
o que poderei ser
é isso
que procuro,
ser um humano
que busca altiplanos
respirando sentimentos
mansos...

andi valente



sábado, 23 de julho de 2011

Meio mundo

Há meio mundo imundo
e os restos do meio,
mudos...
Faço do orvalho que nasce
nascente de uma manhã decente
Faço das sementes que germinam
sonhos em noites de dias quentes
Acordo
ao som de gritos insurgentes
passarada que zoa com a grita da gente
manhas de manhãs carentes...

Fim para os mesmos fins
Somas de zeros que não alteram os restos
Resultados de expectativas depositadas
Esperanças que se esvaem
Pedaços de inteiros vazios
Vazios de recheios sem conteúdo
Eu, você e as verdades que não querem ter fim!

Meio mundo mudo
imundo mundo desnudo
fim dos meios pra tudo
Tudo começa no fim...

andi valente

domingo, 17 de julho de 2011

Eu sei o que é amor!

Eu pensei que felicidade fosse como conto de fadas

Quando você apareceu e me convenceu
que fadas podem ser assim, verdadeiras
que podem falar besteiras
sorrir e cantar
chorar por qualquer asneira,
Pensei que tivesse sonhando...

Mas logo seus lábios foram tocando os meus
seus sorrisos contagiando os meus
sua alegria alegrando meus dias
Não percebi, mas já estava apaixonado
E as fadas foram virando reais
as letras de mais uma poesia foram criando forma
e sua magia foi inundando meu coração de alegria,
sem perceber, renasci...

Os meus sonhos se tornaram reais
suas falas fazendo história
minhas memórias foram dando lugar a novas formas
suas mãos reluzentes entrecruzando meus repentes
Sou feliz por todo sempre...

Amo esse sentimento de estar apaixonado

E o conto de fadas virou paixão
e o amor fez sorrir meus olhos
a ilusão deu lugar a um amor eterno
Obrigado Universo!

Choro de felicidade
choro de quem não tem saudade
feliz de quem acredita em sua própria essência
se pudesse descrever como me sinto
era só olhar meus olhos refletidos no espelho de sua alma
e acreditar que nunca desacreditei em te encontrar!

andi valente

sábado, 9 de julho de 2011

Perdizes no templo!

Não falo o que não se precisa ouvir
Não peço o que não se precisa pedir
Não rezo rezas pra ninguém ouvir
Não digo o que se deve não fazer
Sou feliz assim!

Não me escondo ante mentiras combinadas
Não engano desenganos recalcados
Não mereço merecimentos forjados
Não desejo desejos desejados
Sou
Colibri voando ao encontro dos bons ventos

Não posso possuir o tempo
Não tenho o poder que não queria
Não vejo sentimentos pobres
Não rumo estradas de me perder
Planto flores no meu conhecimento
Colho sabedoria como meu sustento
Simples, pouco, pequeno.
Sou imerso em felicidades
Sou o imenso a procura do meu templo
Feliz assim vou varrendo sorrisos
Cruzando perdizes
Vou semeando amores.
Vivendo!

andi valente

Rápido!

As loucuras foram ficando insanas
Nossas ruas foram ficando planas
Meu amor foi ficando
Você se perdeu
Amei outonos cinza
Respirei primaveras lindas
Admirei o sol
de braços dados com as sombras do meu paraíso
Fiz amor em invernos quentes
Virei gente,
Não me lembro de nossas tempestades ardentes!

Olho nos olhos
Vejo o nascimento do verdadeiro amor
Sonho com os dias que não tenhamos mais dias para nos separar
Felicidade essa que construo com os artefatos do tempo
Plenitude que se faz com sentidos
Afinados aos fios que regem seu coração
Sei que quando percebemos
Nos veremos
Ou recomeçaremos
Mas nunca mais seremos,
os mesmos!

andi valente

sábado, 2 de julho de 2011

Agora!

Nasci,
entre
cruzamentos divinos,
surgi
nas esferas das possibilidades,
vivi

Nove  
e
vinte
seis
de um atemporal momento
descobri
que sentimentos sem sentidos
senti
que fadas
não encantam meus ressentimentos
e a lâmpada com três desejos,
desejou-me,
e não percebi...

Afora os de fora,
sinto-me bem aqui
dentro dos meus "agoras"
e das bolhas de furar horas
retiro-me sempre,
vou sentar do lado de lá da agonia
as verdades
absolutamente foram embora
os erros pegaram carona na história
evolui como uma onda viva
resolvi deixar expectativas empoeiradas
com os orvalhos, nas rosas...

Descobri que todos os "hoje" já foram ontem
e os ontem formam tudo o mais,
que antes diziam serem nunca mais!
Acorda Alice!
Enquanto durmo acordado,
esqueço-me do presente ordinário
do quanto extraordinário sou
das regras de convivência
entabulo preceitos e reajo aos preconceitos,
faço estudos de sujeitos
e reascendo meus feitos
como posso ser perfeito!

Há um reino de imperfeição que foge a minha compreensão?
Queria que o sol iluminasse as noites
e a lua fugisse com os dias
Quanto mais corro, mais colado fico
sou excelência no vazio
sou um todo cheio de nada
sou um nada repleto de tudo!

Morri na boca do mundo,
renasci entre os vácuos que os absurdos não compreendem
esse sou, somos nós em um arpoador feroz
entre albatrozes do algoz
nas cercanias do divino,
sou matéria colada nas colas da retórica
somos conexões de um embrião prestes a nascer
Tudo?
Nada?
Fato?
As portas dos desaparecidos reabriram minha sanidade
encontrei respostas para os próximos atos

O amanhã
eu crio nas telas de diálogos pré-moldados
Sou cíclico
viciado em me viciar em rotinas
quero que o agora seja eternamente,
 agora
e que o presente
seja somente um segundo
em minha mente...

andi valente