quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Gente

Me sufoca
o sufoco dessa gente
O encosto que encosta
entre a crosta
sorrateira
da videira doente

Gente
que fala mal de gente
indecente
Santo inocente
acorrentado nas ribeiras
de gente descrente

Sangue aos olhos quentes
Faro de cachorro senil
Mãe que quer piedade
Família insanamente demente

- Olha o agora  dos seus restos, gente!

Fede tanto
Os mestres de um saber nascente
As mentes de culpados inocentes
Fedor exalado nos enunciados de gente

Gente!
Ignorando sementes de amizades novas
Ignorantes paralisados ante as covas
Rosas,
que espinhos são esses que espetam minhas mentiras
reluzentes em caminhos frios
escurecidos
Dementes...

Eu e toda gente
Descubro meu passado na esperança de um presente
Só o futuro que recai
Nas vestes de lutos quentes
Morri
Ante o veneno de toda gente

Gente olha em frente
o fronte molhado de suor recente
Rima que paralisa
Gente
e gente sente,
Sempre...

andi valente


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Faz falta!

Sua mão me faz
falta
seus risos altos me afogam
seus delírios
me assaltam
todos os suspiros
fazem falta...

Seu sorriso enraizado
nas raízes de meus pecados
faz
falta...

Sua língua
exagerada
sua saliva adocicada
seus receios desencontrados
nos meios dos meus medos
não sei
tudo me faz falta...

Os olhos
marejados
me perco...

O que te faz se perder

Onde foram parar nosso ruídos de prazer...

Faz falta as ruas sem saída
as frases sem rimas
os compassos descompassados
sua beleza floral
faz falta nossas viagens
o silêncio matinal
tudo de você faz falta...

O colibris reclamam sua falta
Eu não faço a falta que você me faz
Descobri que seu suor me falta
Suas cavidades me fazem falta

Sou o reflexo da sua falta
Das palavras engasgadas
Das formas desgastadas
Sou
flauta silenciosa
com sua falta
.
.
.


Faz falta não sentir sua falta.

andi valente