Moro longe, não sei bem onde,
só sei que não é fácil chegar
pediram meu endereço
para fazer um afago ou carinho,
não preciso,
falaram que viriam me visitar
se tivessem certeza que me fariam bem,
bem, eu não sei se falta faria,
disse que certeza eu não dou,
não sei se vivo ou se vou,
só que moro longe.
Longe de coração ruim,
longe da trilha do trem que atrai notícia de passagem
aqui as pessoas
se beijam se abraçam, mas não se conhecem
bom dia
boa tarde
boa noite
onde moro o sol sai cauteloso
a lua imprudente
é dia,
são noites,
moro onde todos moram,
você não vai me achar.
O amor aqui chega inclemente
nas cartas sem remetentes,
O amor aqui chega sorrateiro
entre as frutas do quitandeiro
O amor aqui chega itinerante
nos correios elegantes,
nas frases das mães aos filhos,
das mulheres aos maridos,
o amor quando chega
pede um litro de leite 6 paezinhos e um sonho,
traz nas mãos uma a quantia incerta
e não aceita desaforos como troco,
chega e vai embora sem marcar hora,
nem bater na porta,
não manda recado
não
deixa rastro,
moro longe "ce" num vai achar.
Os sonhos vem a galope,
se emaranham nas fronhas
se escondem nos lençóis
dormem de conchinha,
nem fazem muito barulho
e de mansinho ao raiar do dia,
entre as frestas da janela,
saem sem dizer onde vão,
ninguém viu, ninguém se dá conta,
o tempo passa tão depressa que os
sonhos vem e vão
sem deixar saudade ou lembrança,
noutra noite ele aparece novamente
e se ele vem de repente,
a gente que não conhece gente
simplesmente puxa a cadeira
diz: moro longe,
vem visitar mais toda essa gente.
Moro longe, vizinho de um senhor bondoso
e de uma loira que não me lembro o nome,
loira de um perfume que inunda minhas narinas,
curvas que refletem na retina,
o andar
ela mandou comprar,
cada passo um descompasso,
respiro, suspiro e volto a olhar,
mais nao me deixo levar,
aqui como em qualquer lugar
o médico é residente e mora longe,
mais longe que toda nossa gente,
não permite excesso nem repentes,
moro longe e você não vai saber chegar.
Moro longe,
de tanto procurar
fui marcando o caminho,
fazendo trilhas,
mais quando me encontrei
tinha passado longe
e comecei a pensar onde errei
e vi que quem errou não foi eu,
mas quem fez o caminho,
sem manual de instrução
ou seta de indicação,
pensei, se ousado fosse,
talvez,
quem sabe acertaria o caminho.
Moro longe e não adianta explicar
pois nem eu sei chegar,
num ia encontrar no mapa
ia só complicar,
combinamos assim você num vem cá que eu num vou lá,
sem sofrer, sem sonhar, sem amar,
cada um caminha no seu próprio caminho
um dia a gente se cruza,
ou fica sozinho.
ANDI VALENTE.
só sei que não é fácil chegar
pediram meu endereço
para fazer um afago ou carinho,
não preciso,
falaram que viriam me visitar
se tivessem certeza que me fariam bem,
bem, eu não sei se falta faria,
disse que certeza eu não dou,
não sei se vivo ou se vou,
só que moro longe.
Longe de coração ruim,
longe da trilha do trem que atrai notícia de passagem
aqui as pessoas
se beijam se abraçam, mas não se conhecem
bom dia
boa tarde
boa noite
onde moro o sol sai cauteloso
a lua imprudente
é dia,
são noites,
moro onde todos moram,
você não vai me achar.
O amor aqui chega inclemente
nas cartas sem remetentes,
O amor aqui chega sorrateiro
entre as frutas do quitandeiro
O amor aqui chega itinerante
nos correios elegantes,
nas frases das mães aos filhos,
das mulheres aos maridos,
o amor quando chega
pede um litro de leite 6 paezinhos e um sonho,
traz nas mãos uma a quantia incerta
e não aceita desaforos como troco,
chega e vai embora sem marcar hora,
nem bater na porta,
não manda recado
não
deixa rastro,
moro longe "ce" num vai achar.
Os sonhos vem a galope,
se emaranham nas fronhas
se escondem nos lençóis
dormem de conchinha,
nem fazem muito barulho
e de mansinho ao raiar do dia,
entre as frestas da janela,
saem sem dizer onde vão,
ninguém viu, ninguém se dá conta,
o tempo passa tão depressa que os
sonhos vem e vão
sem deixar saudade ou lembrança,
noutra noite ele aparece novamente
e se ele vem de repente,
a gente que não conhece gente
simplesmente puxa a cadeira
diz: moro longe,
vem visitar mais toda essa gente.
Moro longe, vizinho de um senhor bondoso
e de uma loira que não me lembro o nome,
loira de um perfume que inunda minhas narinas,
curvas que refletem na retina,
o andar
ela mandou comprar,
cada passo um descompasso,
respiro, suspiro e volto a olhar,
mais nao me deixo levar,
aqui como em qualquer lugar
o médico é residente e mora longe,
mais longe que toda nossa gente,
não permite excesso nem repentes,
moro longe e você não vai saber chegar.
Moro longe,
de tanto procurar
fui marcando o caminho,
fazendo trilhas,
mais quando me encontrei
tinha passado longe
e comecei a pensar onde errei
e vi que quem errou não foi eu,
mas quem fez o caminho,
sem manual de instrução
ou seta de indicação,
pensei, se ousado fosse,
talvez,
quem sabe acertaria o caminho.
Moro longe e não adianta explicar
pois nem eu sei chegar,
num ia encontrar no mapa
ia só complicar,
combinamos assim você num vem cá que eu num vou lá,
sem sofrer, sem sonhar, sem amar,
cada um caminha no seu próprio caminho
um dia a gente se cruza,
ou fica sozinho.
ANDI VALENTE.
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