sábado, 26 de maio de 2012

Eterno veneno!

Vou fugir de novo
vou refugiar-me nas páginas de um jornal 
jogado no quintal,

Meus espelhos estão trincados
Meu vocabulário emburreceu meus egos
sou comum demais e isso não me satisfaz! 
Espelho, espelho meu, onde foram parar minhas interrogações!

Descompliquei meu complexo tecido adiposo
fui alimentar meu orgulho com  lágrimas de um programa legal,
minhas locuções adverbiais ficaram roucas

Esqueci-me que o sujeito sempre habitou em mim
Ninguém entende
e quem se importa,
um dia vou ser doutor de hipócritas...
Espelho, espelho meu, existe alguém tão louco quanto meus "eus"!

Mudei,
o peso da minha mamadeira,
Chorei,
pelo leite que não derramei,
Fiz,
rezas mesmo não crendo em milagres
e as promessas...
Quebrei...

Espelho, espelho meu,
não responda tais perguntas pois respostas
escondi  detrás de travessuras cruas... 

Teimei comigo
diante de estacas de pano
que bagaço nunca serei,
mesmo sendo espantalho rei...
E o orgulho minha senhora,
ora, ora...
Um dia tudo melhora...
Quem disse que pra ser louco tem que ser bondoso também!

Faço tudo pra não felicitar minha infelicidade,
dei voz de prisão ao desespero,
sigo a rouquidão da multidão... 
Meu mundo teima em acabar
Mas sigo dizendo...
Não, não vou me amar!
Louca prisão que me corrói.

Não basta ser, tem que acontecer
tem que gastar todo mal prazer
escrever,
escrever,
escrever,
até o dia amanhecer...
Espelho, espelhos meus, até quando vou matar o tempo
morrendo e vivendo 
nesse eterno veneno!

andi valente