quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Velho vício!

Velho vício
de querer ter
o que já tenho
de somar
o que é de menos
multiplicar problemas efêmeros
dividir sentimentos plenos

A roupa encardida
dependurada no varal
de minha história
vicia minha nau presente
me tira o prumo
viro indigente

Velho vício
que embriaga meu agora
me cega,
me incomoda,
bebo água
peço esmola
meus rompantes sempre estão
fora de moda

As paineiras de outrora
sumiram do dicionário
meus pecados
de tão velhos e borrados
foram suspensos pelo destinatário
mas a plantação,
essa,
colho sem perdão

Velho vício
de esperar a esperança perdida
Achei que pudesse parar de queimar
Pensei, oras,
pensei que fosse alguém sem importância
mas sou muito importante
minhas mãos não vivem sem mim...

Velho vício de ser infeliz
de chorar para não sorrir
mas tudo termina qualquer
dia desses
antes que o sol esmoreça
e a lua se esqueça
até a teimosia de não querer ser feliz...

andi valente






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