quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Meus segredos!

Meus segredos estão depositados no suor dos seus gemidos
Na fragrância inconteste de seus cabelos
Na beleza do toque de seus dedos
Na ingenuidade voraz dos seus beijos!

Mescla repentina de paixão e razão
Meus segredos são ventanias de ocasião
Latifúndios escondidos nos brejos da solidão
Outrora oculto, agora desavergonhadamente puto!

Ânsia desagregada na espiral do tempo
Harmonia recheada de reviravoltas tácitas
Meus segredos são céticos
Incrédulos por obediência pagã
Sorriram com o despojar de sua mata cândida!

Volúpia incandescente na nascente de um cometa quente
Meus segredos não inspiram precaução ou medo
São atos contínuos de amor livre
Felicidade que não se mensura nos medos
Sente-se em lábios magros
Nas águas claras de um sujeito raso !

andi valente

Rogai por nós!

Persistir,
Amar-se apesar dos contrastes
Iluminar-se com os contrários
Não desgastar-se com o imaginário
Fundir-se ao elo planetário
Eis o mistério dos poemas reacionários

Seguir,
Ir contra aos que sempre são contra
Desistir de desistir 
Sonhar realidades entre outras polaridades
Encontrar-se na inércia do desassossego
Revigorar-se com as falhas que nossas falhas nos trazem
Eis o mistério dos amantes solitários.

Verdades que não existem
Apegos que insistem
Crenças que não desistem
Rimas que subsistem
Amor que resiste!

Esferas repletas de vazios completos
Espera deserta de sentimentos sólidos
Entregas líquidas de resultados mórbidos
Amor próprio, rogai por nós!

andi valente 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Versos

Todas as vogais esparramadas
Desarrumadas e coladas pelo nosso suor
Lençóis e fronhas recheadas de desejos
Medos e apegos sem bilhetes para os nossos exageros

As sílabas escorriam entre nossos dedos 
Derretendo nossos anseios
O silêncio enlouquecido com nossos beijos
Vagaram noite dentro sem o poder de alterar nossa química
perfeita...

As consoantes eram meras coadjuvantes de nosso retorno triunfante
Amor
Amores como nunca se vira antes...
As interrogações ficaram perplexas com nossas peripécias
As súplicas não entendiam as exclamações que murmuravam nossas
Bocas nuas...

Resistências,
Todas as reticências deram lugar ao sabor da experiência
Nosso regresso ao sagrado foi se tornando um canto
Reverenciado,
Um manto de sabedoria e amor a nossa essência

As rimas rumaram rumo ao mar de ilusões que não nos cabem mais
As ruínas de outrora foram castigar outros seres
Te encontrei na calma de sua vagina fria
Encontrei-me na fauna de sua alma límpida

E a construção continua
As palavras não combinam com as sensações
Nenhuma nuvem tem força para destruir tamanha paixão
O eterno se fez presente como se nunca antes fosse ausente,
Nunca...

andi valente

domingo, 18 de setembro de 2011

Para toda uma eternidade!

Medo de ser feliz quando olhei seus olhos e me vi
Medo de me encontrar em seus carinhos
Medo  de ser você a razão de todas as minhas desrazões
Medo de todos os medos que tive até desnudar seus beijos
Medo, simplesmente medo de vivenciar você em meus braços
Maldito medo que me fez refém
Nesse vai e vem do purgatório dos homens
Das culpas e  apegos ressentidos  e de egos presos e inibidos
Sua libido entre seus seios e meu umbigo
Medo,
De humildades invertidas e variáveis repetidas
Medo...

E o contrário se fez presente
O amor foi formando luas em torno de nossos girassóis
O calor foi dando forma a nossa epiderme crua
Sua silhueta foi contornando as sombras das minhas mesmices
fui descobrindo as ruas do seu paladar
perfumando os aromas do nosso bem estar
O amor inundou meu mundo com seus segundos
Fui descobrir que seu sorriso era reflexo da minha paixão incontida
Quando você me deu seu mar eu deixei-me banhar
Fomos lágrimas represadas que desaguaram nesse rio de folhas
Rasuras que consumiram as dores e revelaram amores
Que nas sobras de nossos horrores ficamos a sorrir depois do todo
Somos agora um tudo em voltas de uma lagoa azul
Somos a infinita maresia que entorpece nossa alma leve
Quem diria que diríamos que nossa falta de coragem era na verdade
Coragem!

Não me arrependo dos medos
Dos sentimentos de enredos marcados
De batidas repetidas
Eu fiz do sinuoso vento
As fagulhas de um fogo sedento por ti
E o amor consome
nos consumiu
mas nos redimiu de nós mesmos
Se fosse tudo diferente eu não saberia perceber
a beleza de nossos ventres
...

O amor constrói as pontes de ventos mais lindas que senti
O amor faz das noites as mais belas caricaturas de felicidade
O amor é um encontro de seres desprovidos de pecados
De sentimentos amargos de gostos duvidosos e de venenos arcaicos
O amor é pradaria de um inverno em constante mutação
O amor descontrói nossas velhas certezas,
Amadurece nossos eternos defeitos
Envelhece nossos medos
Esse amor que não tem príncipe e tão pouco princesa
É somente a união do harmônico com a harmonia dos seres
Um amor não precisa ser de verdades
Ele precisa ser eterno
para toda uma eternidade...

andi valente

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Aprendendo a Amar!

Eu fiz juras de amor ao eterno
Prometi loucuras as minhas promessas
Jurei que não julgaria ninguém com sentimentos ruins
Resolvi que não resolveria resolver tudo
Semeei sementes do absurdo em quase tudo
Amei meus arrependimentos,
minhas culpas e ressentimentos,
Amei minhas faltas
meus erros e minhas calmas...

Olhei no fundo dos meus defeitos,
percebi que errar é uma questão de impressão
refiz todos meus conceitos
aprendi a não me culpar por mudar
Aprendi a voar
a não gerar expectativas ou esperar
Olhei no fundo do meu peito
respeitei meus limites
disse não aos sussurros
recitei sim aos modos mudos
silêncio opaco que entoava minha verve vil...

Fervi na excitação desse amor pueril
Cozi teias de satisfação nas fagulhas do tempo
Universo que presenteia quem não se penitencia

Desfiz o mal
Descontruí o bem
Fui eu
Descobri que sou somente breu
reluzente tanto quanto qualquer indigente
descobri que não faço tanta questão de descobrir
nada,
somente ser já me basta!

andi valente