sábado, 30 de abril de 2011

Sou feliz assim!

Eu apaguei as luas que me faziam lembrar  você
as nuvens que nublaram nosso tempo
fizeram eu esquecer o brilho
das minhas próprias estrelas.


Aos sóis que me faziam adormecer atrás do você,
abri minhas janelas para um novo caminho
e que um novo você
pudesse caminhar até mim.


Aos ventos que traziam o sofrimento de nossos tempos,
sussurrei: sou feliz assim!
Pode seguir seu destino, amigo, eu me reconstruo por aqui...


Hoje aos olhos de tantas expectativas frustradas
vejo certezas abaladas como oportunidades a serem conquistadas
vejo um coração cheio de amor caminhando junto aos meus desejos
vejo em meu peito espelhos a espera de novos amores imperfeitos.



andi valente

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Meia lucidez!

Há uma lucidez translúcida
ignorada pelos botões da minha blusa
entreaberta e com o peito desnudo

Eu repito que sou ignorantemente normal
aos olhos dos loucos das varinhas de condão
sou chamado: bobalhão!

Nas sombras das camisolas das velhas senhoras
ou dos calções dos seus equivocados patrões
loucura era pensar em querer ser algo que já o éramos.

Minhas virgens,
pensavam que pecavas na esteira de suas sombras
ou
nas histerias de suas ancas lascivas,
pensamentos descontrolados!

O verso encoberto da verdade me alerta,
eu me equilibrava mesmo
era na fonte de sua energia elétrica.

A revolução dos desesperados fez em minha sua trincheira
os delatores da incompreensão foram morar no meu coração,
eu fui gritar aos surdos de plantão: lúcido era o Pessoa, eu sou Normal!

Anomalias de uma normalidade recheada de marcas caras
transformadas pelas mãos de escultores dos tempos modernos
etiquetados nos armários vazios de sentimentos quentes;
-O tempo é frio e a temperatura vai enriquecer meus neurônios de ideias!

O chocolate derretido pelo azedumo do humor infeliz
só me faz engordar a força dos meus pensadores internos.
-A cabeça gira na gíria dos encantadores de ilusão!

Eu enlouqueço a minha lucidez com meus temperos de alecrim,
desfaço dos acasos ocasionados pelo mal uso do vocabulário
sinto o muito que não fiz por mim, mas não ligo
Sou normalmente um ser anormal
Talvez seja isso que me faça feliz!

andi valente


terça-feira, 26 de abril de 2011

Esquinas dos Erros!

Nas esquinas dos meus erros
descobri
colibris
araras e fantasias deterioradas
borboletas fantásticas
e gomas de mascarar a realidade,
verdades sujas
mentiras límpidas,
adequadas
detalhes não revelados
espíritos solitários
e só li dá ri os,
crenças escondidas
imagens borradas
em borras de café 
figurinhas repetidas,
eu não me vejo aqui!

Nas esquinas dos meus erros
abracei os joelhos da Santa Ignorância
desfolhei meus rosários em lágrimas
pela Santa Incompreensão
agarrei os galhos das inverdades
e não entendi as Sagradas Figuras,
descobri
que não posso descobrir nada além do meu
que não sou nada além do eu
que não quero nada além do meus 
que sou somente meu e de "Sêo" Ninguém.

Nas esquinas dos meus erros
descobri
que errar é humano
e por ser humano não preciso carregar
a culpa pela Santa Inquisição
pelos podres apodrecidos nos porões
não necessito sentar à direita do pai
não necessito esperar à esquerda da gira
posso ficar de pé e andar
com minhas próprias pernas,
olhar o nada e ser feliz...

Nas esquinas
sem os erros
não houveram acertos
nem tão pouco derrotados,
o que houve foram guerras de nervos
incompreendidos, os defeitos,
fomos todos expostos à esfinge do medo,
errado não estavam os que acreditaram nos erros
como eu que não errei
somente experimentei
ninguém errou,
isso endoidou os malucos dos fins dos tempos
alucinou os alucinados,
findaram-se as suposições
o amor foi considerado uma transmutação
e a morte
foi
celebrada
como a evolução...

andi valente.

domingo, 24 de abril de 2011

Eu gosto do gosto

Eu gosto do gosto de gostar de você
do jeito meio sem jeito que tem
em me dizer
Eu te amo!

Eu,
gosto de seu sorriso gostoso
da força do seu abraço intenso
do cheiro que tem o jardim dos seus sentimentos
eu,
gosto de ouvir o som do seu coração!

Gosto do silêncio das suas palavras
da respiração dos seus conselhos
gosto desse jeito despretensioso do seu bem estar
da calma que sua alma me dá!

Esse gosto simples que sua simplicidade tem,
me faz fazer o bem


Esse amor que você sente em se amar
me faz te amar

Esse bem que você faz
me faz um bem,

Eu gosto do gosto de poder dizer
Eu te amo!

andi valente!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Poesia concreta!

Adoro poesia concreta
com seus poetas de cuecas
adoro poesia concretizada nas calçadas
e suas poetizas marmorificadas

Rebeldes e seus pisos de marfim
suas escritas texturizadas nas fachadas
seus gestos gostosos
seus alecrins.

Amo os
teimosos tijolos de construção
suas filhas nos caixotes do porão
e o ar rarefeito
condicionador de cabelos vermelhos

Amo
a poesia das mulheres de reboco fresco
massa fina e gesso bem acabado
amo a literatura rude
escrita com cimento e fita isolante
creio no final perfeito
beijo
abraço
e um cortejo
algumas flores
e um belo desfecho
a marcha fúnebre
e uma festa
dou outro lado da floresta,
o recomeço.

andi valente

Emputecida

Emputecida com a vaca que me roubou
o bandido do meu tico,
leio algumas poesias baratas compradas em esquina
de minhas cenouras louras,
concretamente abstrata,
a poesia se baseia na balança das minhas
abstrações cansadas,
Embebida de rebeliões passadas
passo apressada rumo ao fadado fato
de um fardo de queijo suiço
contrabandeado ao lado dos meus ouvidos mortos,
Emburrecida com tanta coragem vencida
pelo suor derramado em noites mal resolvidas,
resolvo eu, resolver os enunciados das soluções de cabide
únicas resoluções possiveis,quanto a impossibilidade aparente,
meço o quadrado que me cabe nessa dimensão dual,
dou o passo ao encontro do único teco que me interessa,
tenho alterações cardíacas às dez para as duas da manhã,
influência da minha conta corrente
e findo
o fim
da festa
com queijo ralado
cobertura crocante de um pastel de carne
escrita gravada no doce de coco
que confeitei na lápide do nosso enterro...

andi valente.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Fim dos tempos...

Entre as Romas frias da minha literatura mórbida
encontrei gêmeos preceptores de uma onda de levantes,
linhas tortas de histórias tristes recheadas de senhoras boas
que me conduzem aos extremos
extremamente frágil o embasamento
minha ligação com tal prosódia
ser e não ter, ou ter sem saber,
ser e não ser.
ter e não te ter, eis
que não encontro solução para este aparente problema.

Entre as ruas baixas da minha Tróia querida,
desvendo os brinquedos gregos fomentados pela minha
imaginação fértil,
desnudo os enigmas da tirania,
resvalo sempre na nostalgia das queridas Marias,
traduzo os ventos que a maresia colonizou,
arrancando-me os meus maiores tesouros,
meu amor próprio
minhas opções de escolha,
enterro a história e sigo
na fornalha do tempo.

Velhos mundos novos,
destino de aventureiros atemporais
destino de corações inseguros e desbravadores naturais,
mortes aos posseiros indigenas terrenos,
extraterrestres,
foi o fogo no palito que me ascendeu os escritos,
foi a força da fumaça que me fez ver toda a desgraça
escondida atrás das palavras e da imposição de uma raça,
erro,
errado estava quem do lado de cá estava,
acerto de quem sobreviveu ao apogeu,
ao declínio e ao fim da mordaça,
Ah! Meus Camões suados debaixo de axilas nem sempre perfumadas
meu calos doloridos atrás de informações precisas,
meus dedos reluzentes, loucos
apontadores de histórias não tão convincentes...

E o Judas que se perdeu entre as botas de um tempo que não se quer lembrança,
as sentinelas incontidas de um período que não se escreve com o perdão da paixão,
os risos afogados nos cemitérios da inquisição, das ditas cujo nomes eram duros, irmão,
gargalhadas estraçalhadas pelos vermes dos comunismos
gargalhadas desdentadas pelo azar do capitalismo pagão,
legião de religiosos refogados em seus próprios delitos, recusando o purgatório interno
destinando a culpa ao ar rarefeito,a trilha de pó espelhada na própria alma
rebelião de almas em campos de batalhas, ignorando desejos seus, impondo vontades impuras
Socorro, que os castelos foram feitos para serem destruídos,
e os sonhos para serem alcançados...

Bocas fechadas não escondem as vergonhas adquiridas, as desavenças sofridas
mentiras produzidas para ferir,
enganos desenganados pelos órfãos do tempo,
tempo que corre rumo aos "tsunamis",
aos ventos uivantes que destelham sonhos de brilhantes,
vendaval de oportunidades que se contaminam na desesperança
de promessas não cumpridas,
de tragédias anunciadas como prêmios de loterias,
sucesso de bilheterias dos finais dos tempos
Tempo esse que nem se dá conta  das suas próprias contas
não tem compromisso, só se ama e da de ombros a quem não lhe quer bem
tempo que não tem tempo para condicionais, prisões temporais,
maníacos, ou choro de marginais,
tempo que finda
junto com a sina de quem pensa que a vida é assim mesmo,
triste fim dos tempos de quem pensa assim...

andi valente

domingo, 17 de abril de 2011

Belezas...

Defronte  a linha de chegada
Deparo-me com o impossível
Vou ganhar,
 Mas é felicidade demais
Respiro por instantes
Olho os presentes,
Relembro
O passado,
Questiono
Os antepassados
Não
Imagino o futuro
E agora o que faço?

Agora entendo os cegos
E sua escolha de não querer
Ver,
Se a beleza é que me motiva
Sigo
A seguir rumo
Certo nessa dimensão
Imenso oásis de felicidade
E sempre o querer
Olhar
A tentação é tamanha
A cegueira resolveria as
Velhas
Lambanças da cobiça
E não se atirar
De atiçar
E o todo não se concretiza...

Aqui
Certo do errado
Caminhos incertos
E dos tortos destinos
Incrédulo
Vou

Enganar a humanidade
Posar de mestre da sabedoria
Só para poder voltar
E novamente apreciar
As belezas que estão
No entrecruzamento
Do céu com o mar.

andi valente

Eu sou feliz!

Quando as asas da minha mudança
alçarem voo e tocarem os passarinhos
que repousam sobre sua árvore de esperança,
serei,
sim serei uma pessoa feliz.

Quando os grandes olhos que me vigiam
Entreolharem-se questionando as verdades
e
Felizes com as sobras que a liberdade permitiu,
serei
sim serei uma pessoa feliz.

E se nada disso for uma verdade que precise
e se nada for assim tão necessariamente meu para que tudo seja lindo,
se as folhas dos diplomas simplesmente se apagarem com o tempo
eu mesmo diante de tudo
afirmo,
fui feliz.
E se a astúcia me faltar quando as ações se colocarem diante de mim
e se me faltar malícia na hora de escolher ou encolher
e se me faltar paciência na hora de simplesmente não decidir, decidido,
eu mesmo diante de tudo
afirmo,
fui feliz.

Nas horas vagas eu represava as expectativas imaginando não ser possível
nas horas raras, as lembranças de um passado que modificou meu presente, assustava,
nas horas magras, os sentimentos presenteavam meu futuro com argumentos sinceros.
Sem relógio,
sem tempo
eu sempre acreditei ser possível caminhar no escuro guiado pela luz do esquecimento.

É muito fácil achar os enganadores nas horas vagas,
muito cômodo deixar de ser você nas poucas raras horas que se tem
agora,
enganar o espelho da alma toda hora não é possível,
o relógio não para
o tempo escoa gotas suadas de solidão
e eu,
acredito
que a escuridão só tem fim quando o clarão
da lucidez passa a compartilhar
seus raros momentos
com todos que nos cercam
eu sou feliz!

andi valente






sábado, 16 de abril de 2011

Feliz idade...

Feliz dia do absoluto absurdo
flores declamando poemas de amor
ventos soprando  a brisa quente do mar
e a lua dormindo atrás das torres de celular.

A vida é muito curta para se dar só
importância aos tombos,
prefiro as derrapadas
de uma boa gargalhada.

Os DISTÚRBIOS zoam minhas retinas
recrudescem meus intestinos finos
minhas mães geladas de sentimentos
tocam minhas narinas com suas mãos rudes.

 
Raro são os olhos de quem consegue enxergar em si
oportunidades que os outros imaginam ser um sonho.
 
andi valente







sexta-feira, 15 de abril de 2011

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Cai
no
ruído
do seu barulho surdo
Rumei
rumo
ao indeciso medo de
ser mudo
Cheguei
junto
aos indecisos
momentos
do seu eu

Ante
tantas navegações
e divagações
sobre nós mesmos
Reconsidero
o princípio como meu fim
e meu começo
como o meio
quem não tem mais fim.

Assado
de tanto assar
nas asas de um amanhã
que não diz sim,
choro
nas altas valas
da minha incompreensão
pagã
;
;
;


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Te quero!

As ruas emudecidas
batem palmas para o silêncio do seu andar

As esquinas entreolham-se, atônitas
com a desarmonia lacônica do seu linguajar

As manhas amanhecidas pelas calçadas da vida
não veem o alvorecer dos seus olhos ao amanhecer

A chuva enfurecida com o desprezo do seu olhar
chora clamando atenção do seu coração

As horas indignadas,reclamam perplexas
que o tempo não danificou seu semblante sereno

As rosas exclamam a paixão com que seus odores
transformam os jardins em primaveras eternas

Espero um sorriso sincero
para perder os medos que me cercam
e gritar ao mundo que te quero.

andi valente.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Você!

Você encontrou amor em mim
encontrou em mim tudo aquilo
que eu não queria ver,
me fez sentir todos os sentidos
despertou meus sorrisos sem esforço
encontrou meus segredos
me fez ver através dos seus olhos
a beleza que se escondia atrás das minhas retinas.

Você encontrou em mim tudo aquilo que eu queria ser
fez milagres onde as lágrimas teimavam em não cessar
desvendou minha geografia acidentada
me fez  ver a beleza das minhas incertezas
através das curvas incertas da minha própria natureza.

Você fez o que os outros teimaram tentar
fez meus lábios arderem ao receber os seus
fez música nas mais minúsculas entranhas do meu ser
fez história nas rotatórias do meus joelhos
fez química com os meus beijos
achou graça dos meus gracejos
deu aos meus ombros sua cabeça para eu afagar,
seu coração viu amor, onde eu sentia rancor
seu coração viu paixão onde eu só encontrava
ódio e sofrimento...

Você enxergou toda minha simplicidade complexa
viu nas minhas fugas uma chance de felicidade
acreditou nos meus atalhos
percebeu que era o caminho mais estreito
de se aconchegar ao seu peito,
não desfez do meu próprio desrespeito,
acreditou nas imperfeições do meu jeito
amou todos os defeitos
me olhou e se apaixonou pelo meu eu
não pediu licença
entrou, sorriu e se apossou de mim.

Você descobriu em mim o eu
que estava fantasiado de infeliz
rasgou minhas fantasias de medo
quebrou meus espelhos de insegurança
abriu minhas janelas para o sol
fez verão no meu córtex frontal
verticalizou minhas esperanças
trouxe meus horizontes para o toque das mãos
descobriu-se em mim o amor que eu teimava
em negar
fez felicidade com minhas cerejas maduras
trouxe graça as minhas bochechas vermelhas
mostrou o quanto simples era me amar,
eu acreditei,
eu me amo
feliz assim eu sou...

andi valente

sábado, 9 de abril de 2011

trezentos!

Trinta e sete milagres escrotos
expostos nas arenas dos gladiadores do tempo;

Trezentos os purgatórios que me indicam esquizofênia crônica
trezentos os pulgueiros que me pedem silêncio sobre as verdades
trezentos possíveis amantes que me desejam pelo caminhar do tempo
trezentas mulheres bonitas que não me enxergam através da minha redoma
escondida.

HÁ
... Algo de errado no reino da ferradura
não se preza a beleza das palavras
se sente a harmonia do olhar.

Trezentos momentos inúteis tecendo comentários sobre os tolos otários ao meu lado
trezentos insignificantes momentos de exortação à minha razão, culto débil de solidão
trezentos segundos comigo mesmo e suícido esse casamento como qualquer acontecimento
trezentos são as poesias desse momento que iludo a ilusão com um falso sofrimento de
compreensão.

Enganado fui,
por um longo período de negação
apago minha própria luz
com a voracidade que o fogo amigo
me seduz;

Trezentos meses esperando os milagres prometidos pelas palavras dos "sábios" anciões
trezentos dias pagando promessas que nunca prometi, recebendo migalhas que nunca pedi
trezentos pecadores, pescadores de almas apaziguadores de ânimos, 
trezentos os auscultadores de lições inquiridas por obrigações terríveis do nada,

auto-evoluo-me
auto-evoluis-te
auto-evolue-se
AUTO-EVOLUÍMO-NOS
auto-evoluís-vos
auto-evoluem-se
E m o r r e r  em função  de quem
se a   f e l i c i d a d e  me espera
impaciente no alvorecer dos meus
dias...

andi valente.


Escuta

Surto nos labirintos dos meus pensamentos
a mente vaga nua
os centavos valem cada sentimento caminhado,
eu sou a pessoa mais importante nesse momento.

Surpreendo-me com as interrogações do meu ego
as constantes brigas entre os ser e o presente do estar
me revelam as sensações de vazio,
eu sou a pessoa mais importante de qualquer momento meu.


O buraco negro embaralhado nas réstias penduradas no armário
os venenos perfumados coloridos de desejos
as vagas liberadas, estacionadas nas desesperança do desapego
relembro dos medos, episódios de uma literatura futura
eu,
amo muito o amor que tenho para dar a cada um
que
como eu
ama a si próprio e ao seu semelhante.

Discurso de principiante na política dos delírios dos mortais
insultos contra a capacidade de interagir e ser feliz
eu
olho nos olhos da minha alma
grito nos ouvidos do meu coração
escrevo cartas de amor aos pés descalços,
que transitam na mesma órbita que eu,
na esperança de um EU TE AMO
eu
me
amo
alguém me escuta?...

andi valente

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Rio feliz!

As águas das encostas frescas e barulhentas
as lágrimas e suas ensurdecedoras explosões de silêncio
os rios e suas corredeiras avassaladoras
explodo
as acomodações,
tudo incomoda
irrita
dandino e choro.

As fábulas e suas histórias mal contadas
os sorrisos e seus sarcásmos infinitos da irrealidade
enfileirados atrás dos meus pecados indesejados
impaciente
irreverente
grazino e choro.

Todas as santas me olham com dedos de acusação
matam-me por precipitação e inanição
sofro ao som do respiro do tempo
encruzilhadas que escolhi,
será?
Sei que o caminho me preenche de dúvidas
e eu procuro as saídas
lanho e choro.

No dia em que a felicidade vier me buscar
e eu for lembrança nas mentes descrentes
ficará marcado no círculo dos acontecimentos
as tentativas desesperadas de uma alma
em mostrar a sua luz na escuridão que nos aquece
jazo e rio
feliz...

andi valente.


Excêntrico!

Eufórico
as esferas das minhas polaridades estão de lados opostos
aos antes carentes pólos corretos das minhas acertividades

Eu mesmo,
deixe-me contaminar pelas células das imaturidades insanas
montrei-me de forma crua e inútil aos inúteis decibéis
que me deram os fardos pra capinar
e a grama para me enganar...

Excêntrico
dizem os malditos expectorantes
expertos dissidentes dos amantes
amados agouros
e calouros gelados de um mar delirante

Errôneo
errado errante, erros de ervas danadas
danificadas pela falsa harmonia
das desinformadas baterias de pigmentos pulsantes
falso calado
falso farsante
falso malandro
falso lúdico iniciante...

Tudo o que o certo erra
o errado acerta
e quando ambos não tem certeza
sofremos por antecipação
e deixamos a culpa com qualquer
cidadão,
tudo que era um pouco antes
é um tudo depois do agora
o amanhã não tem importância
pois pulando etapas sou um mero
coadjuvante...

E se os muros dos mundos fossem
de gasolina
minha paz seria um fogo
de purpurina
reino das palavras fáceis
reino
e absolutamente não me entendo
ou
quer dizer
faço que não para encurtar o falatório
ou me mandam ao sanatório
do doutor Ozório,
só para dizer que  poesia boa
é aquela que rima
e para continuar enganando a mim mesmo

Não sou humano
sou um extra, experimentando humanos...

andi valente


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ladainha da vida moderna...

E
eu continuo
a retalhar meus momentos
com pensamentos imundos

Errei ao querer te conhecer
erro em não querer me conhecer
errei ao querer acertar com você
erro em não me aceitar sem ti ter.


E
eu continuo
a tricotar meus momentos
com novelos de lãs, lentos...

Reprimo seus sentimentos
deprimo meus momentos
sofro por arrependimento
ignoro seu sofrimento.

E
eu continuo
a interromper meus sonhos
todo dia, com hora marcada
e um despertador que não se cala...

andi valente

domingo, 3 de abril de 2011

Lembra...

Lembra,
das lágrimas
das folhas sujas
das rasuras dos seus poemas,
se eu tento esquecer
você teima em não deixar...

Lembra,
das águas bentas
da disritimia dos nossos problemas
das encostas dos nossos dilemas
eu finjo esquecer,
você finge deixar...

Não chora
que as lágrimas de outrora
incomodam
e não trazem o nosso tempo de volta,
não chora
não chora...

Lembra,
das mentiras que nos sustentam
das meias verdades
das meias entradas dos nossos cinemas,
da eterna realidade
dos filmes,
você lembra?
Se não lembra,
deixa eu relembrar você...

Lembra,
o sentido de tudo aquilo
a razão para tudo isso
o que será que quer dizer
a encruzilhada,
a quantidade de caminhos
as várias setas nos pedindo
siga,
cada um com seus dilemas
cada um com seus problemas,
você quer deixar tudo parado no ar
eu quero é limpar as feridas
você finge que eu nunca existi,
eu acredito que não existo
você teima em acreditar
eu desisti de teimar...

Não chora
que as lágrimas de outrora
incomodam
e não trazem o nosso tempo de volta,
não chora
não chora
que chegou nossa hora
adeus,
vamos embora...

Cada qual com seus problemas,
eu nasci para resistir
e você para renegar
cada um com seus dilemas,
eu escolho outras escolhas
e você não me inclui nas suas.
Lembra de mim?
Eu não me lembro de te esquecer
e você não esquece de me lembrar...
andi valente.

sábado, 2 de abril de 2011

Medos...

A saudade contamina
não me deixa pensar
faz de mim um deserto
desilusão concreta de esperança.

Felicidade não se compra
muito menos nos dá conta,
nasce com você,
ou se é ou então se reclama da sorte.

Metáforas criadas pelas necessidades
sonhos que destruímos com verdades
medos que precisamos alimentar para nos sentirmos vivos
realidade que me castra e mata minhas asas.

Agora faço limpeza de alma
desobstrução de espírito
desapego do constante martírio
faço amor com meus próprios litígios.

REscaldo...

Marcas,
as rugas expostas diante da beleza do sol
expõem meus melhores defeitos,
qualidades
que foram construídas através dos erros
de dias inteiros procurando perfeitos ponteiros,
momentos
que trago na bagagem do meu semblante
fatores que não me protegem dos raios
e das dores de tentar ser somente eu,
verdades
com as quais quis me separar durante as viagens
mas casaram comigo e suportaram as dores
e as alegrias de uma vida toda,
realidade
que agora trago nesse amargo fim de experiência
se pudesse voltar e fazer a diferença em qualquer
momento desses que me lembro,
voltaria
e diria a mim mesmo:
"Seja somente feliz."

andi valente

sexta-feira, 1 de abril de 2011

mulheres...

Meus peitos
delicados e imperfeitos
seus dedos apressados
sua língua ferina e molhada
sua narina fogosa
suas retinas folgadas
eu impacientemente desejosa
e você
desejosamente ordinária.

Sua genitália prostrada nas paredes
dos meus olhos
seus desejos estampados no suor do seu corpo
sua tese de tesão
testada aos ventos da nossa cama desarrumada
suas boca relaxada
seus sorrisos tóxicos despejados
na minha pele flácida
sua lucidez
minha loucura enrraizada
com sua língua enterrada nos meus
desejos profundos
um mundo
eu, você e nossos delírios carnudos
eu e você e nossas varinhas miúdas
nossos corações disparados,
nosso amor
guardado em nossos armários
dentro dos nossos vestiários
sem maridos, nem filhos
somente os nossos desejos
e os nossos sorrisos...


andi valente.