Postagens populares

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sou assim feito o tempo!

Sou assim feito o tempo
de manhã um sol
de tarde uns temporais
às noites, sopro de um arrepio gelado
e nas madrugas contemplo
o amor da estrelas,em silêncio.

Sou assim feito
de defeitos como os tempos
seco e quente
entre um verão ardente
e uma rajada de vento intermitente.

Sou assim,  um único sim
para vários nãos
sou uma mão vazia
cheia de dedos
sou vários erros
em busca de um fim.

Sou sem ser,
vou sem ver,
amo sem poder,
creio sem querer,
vivo na esperança
de viver o amor
que o tempo reservou
aos imperfeitos
com eu.

andi valente

sábado, 25 de dezembro de 2010

DETALHE

Um Natal de rebanhos interconectados
acanhados de sentimentos e ligados
pelas conexões que burramente se esquecem
de atender aos anseios alheios,
ignorado, choro...

Acanhado pela realidade
amendrontados pela mesmice reinante,
entediado horas antes,
acovardado ante as orações dos semelhantes,
desânimo.

Desanuviado,
o semblante não reflete a dor
que corta minh' alma sem explicação
e a persistente humilhação dos meus
goteja tristeza no meu fígado perfurado.

Os sinos gritam do outro lado do verão
meus instintos não explicam tanta confusão
em profusão,
embebido pelo âmago da rejeição
sofro.

Qualquer celebração é motivo
para oração e consumação,
consumido no detalhe
rejeitado pela exigência do detalhe
nunca fui bom de pormenores
meu talhe
hoje não passa de um mero detalhe!

andi valente.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

www e pronto.

23 MINUTOS SE PASSARAM
as corredeiras do rio da morte foram ficando perenes
inertes ao frio que descia das montanhas geladas do outono
Maíra e Claudio faziam amor por email um em cada margem do rio.

Ao gozo frenético e telepático de um clique
o delete da conexão interrompeu a gestação de mais uma noite de amor
a sensação de impotência foi aproximando os olhos e refrescando as têmporas
o silêncio dominava a alma e o barulho da vida incendiava os sentidos em vão.

Máira gemia e gritava, Claudio olha e gesticulava a flâmula  desfraldada de sua calça
o gozo molhado, o suor e a boca trêmula da fêmia percorriam as margens de um lado ao outro
o masculino dessa vertente não emitia sons, só fazia as caretas peculiares de um animal
sedento por amor e impedido pela distância que água impunha.

Fim do gelo
a conexão  reestabelecida
e o amor,
foi procurar
um novo rio
disposto
a aproximar a pele
e o sentimento
separados pela evolução humana
distanciados pela necessidade premente
de tecnologia,
o cupido das histórias
se refugiou na mata
desvirginada pela ganãncia,
na esperança
que uma alma cheia de benevolência
estivesse apta a amar o toque
da pele
o calor do corpo
e o sentimento sincero...

Seguimos agora o enterro do cupido
funesto e ultrapassado sentimento
que foi trocado pela procura
de um endereço e um rosto moldado
nas telas de LCD, e o sonho do amor verdadeiro
fica
cada
vez
e
insuportavelmente
maior
à medida
que a velocidade dos gigas e das memórias artificiais
se multiplicam
e o amor
MORREU
e a poesia
ENTERRADA
na alvorada de mais um dia de geladeira vazia
e nós como ficamos,
SEPARADOS
pelo oceano
de conexões difusas
e a vida
PERDIDA
num desses www e pontos,
pronto.

andi valente.

domingo, 19 de dezembro de 2010

sujeito

Não vi o sol nascer
não vi a lua crescer
me perdi pra você
errei nos mesmos erros
esqueci de mim.

Todas as lágrimas foram represadas
nossas histórias mal contadas
nossas trilhas sem os mapas
nossas bússolas sem um norte.

Nosso amor eu deixei em banho-maria
um fogo brando num canto do espelho
gás que não faz questão de terminar
amor esse que esqueci de esquecer.

Os rascunhos não foram limpos
nosso  limbo perdido
nossas promessas esquecidas
os discursos reescritos
nossas velas apagadas,
escureço.

O vazio do caminho sem o seu silêncio
me faz perder uns tempos a me encontrar
o barulho das pegadas na estrada
não me deixam perceber as nossas faltas,
entristeço.

Nosso rituais
...

Os rumos podem não ser os mesmos
os adjetivos sofreram com os nossos tropeços
mas o meu amor eu desconheço, talvez
prejudicado pelos predicados dos nossos erros
perdi os mesmos, as senhas e os endereços
e agora sofro,
toda vez por um novo recomeço.

Eu posso declamar as mais belas poesias
cantarolar as melhores cantigas de amor
perfumar todas as nossas declarações
enfeitar todo o nosso jardim, com as melhores flores
mas não posso escolher quem vai morar no seu coração,
endureço,
esmoreço,
seja feliz...


andi valente

Maldito poeta!

Maldito esse poeta que me fez acreditar
no perfume das flores
que me fez sonhar de olhos abertos
maldito,
maldito,
maldito,
maldito...

Que descreveu corpos que não os teus
que pintou telas que não as tuas
e falou palavras suas
que me fizeram apaixonar
uma paixão louca
por ti,
maldito...

Poeta que sabe sentir
mas não sabe curar
as dores de um amor
sem cura,
poeta que descreve a ilusão
que encanta
pela paixão
oh! O poeta não sabe amar
só sabe imaginar o amor perfeito
ludibriar os corações,
não quero poetizar
quero amar
...

Poeta vendedor de sonhos,
poeta mentiroso
nunca vivi esses seus versos
nos meus sonhos,
nunca senti
suas loucuras na minha lucidez
nunca imaginei
imaginação
imperfeita feita à luz da sua derradeira
tristeza...

Quero matar os poetas que me enganaram
quero
morrer por não sentir algo tão belo
não ser desejado
não ser amado como no descrito
pelos poetas dos amores perfeitos...

Quero morrer só quando ouvir
um poema de amor
escrito pra mim,
quero morrer
quando viver um amor
que existe nesses poemas
encostados nas prateleiras
de uma livraria qualquer
quero morrer só
se o só conter esse amor
que espero ter
de você...

Queria saber escrever
queria não ter inveja das poesias concretas
queria não invejar os namorados
os amores,
os sujeitos calados
quero amar
como se amam
as amados
em poesias
ou em lindas fotografias
quero um amor
certo ou incorreto
quero
um colibri no jardim
um sorriso sem fim
quero a magia dos eternos apaixonados.

Quero, talvez um querer
de passado concreto
um quero
um quisesse
um querer desprentencioso
só um verso
uma estrofe
uma frase
uma palavra dessa sua poesia
maldita
de amor
maldito poeta dos sonhos
irreais
...

andi valente!

quando!

Quando
as frases feitas não serviam de anestesia
quando
as rimas prontas não curavam meus medos
quando
suas lágrimas  se foram
foi
quando
os nossos quases
se tornaram
um adeus...

Quando
as respostas silenciavam as perguntas
quando
as risadas engasgadas saiam atravessadas
quando
não existiam mais
quandos
chorei
pelos cantos
todos os prantos
e as faltas dos quantos
anos de solidão conjunta...

Quantos
quandos depois
eu fui
me encontrar no seu desespero
quantas lágrimas
represadas
nas esquinas do seu olhar
quantas?

Quando não haviam
outros tantos,
talvez sonhasse
em começar,
foi quando percebi
o quanto de nós
sofreu
e
morreu pelo caminho
e o reinício
era o fim
do nosso destino...

andi valente

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

De antes até hoje!

De antes até hoje,
fui expectativa,
fui perspectiva de realidade,
fui esperança

Diante do sonho que não se realiza,
sou eu
quem agoniza
nas fendas das calçadas
sem fama,
inundadas de bitucas
sem chamas.

Distante da realidade que busco
não viverei
os erros de suas escolhas
não serei
lembrança de suas andanças

não,
plantarei futuro com sementes
de um passado
que amargam meu semblante.

De antes até hoje
fui um eu
de agora até um distante fim
serei meu.

Diante dos nós
escolhas,
eu refazendo as fundações do vento
você descobrindo as verdades do tempo.

Nossas calçadas talvez se cruzem
numa esquina qualquer...

andi valente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

amor meu, triste!

Quando você me disse que um velho amor assombrava nossas sombras
Percebi que o nosso amor era apenas um reflexo distorcido do presente
E que se os medos ainda rondavam nossa existência fragilizada
É porque em nosso futuro esta preparado não um, mais alguns caminhos
Que podem nos fazer perder a sombra dos nossos desejos
...e interromper o que chamamos de amor verdadeiro.
 
Quando você me disse que a vida era um resumo do meu eu inteiro
imaginei que os seus olhos fossem a razão do meu viver
e o seu gozo fosse a elevação do meu ego ao paraíso celeste
pequei,
errei,
e quando percebi que nada do que digo te faz voltar atrás
e que nossos erros agora estão jogados embaixo dos nossos cobertores, em camas separadas,
e nossas dores escancaradas amarradas as tralhas do cotidiano mundano
derreti as sobras e resolvi partir.
 
Meu coração não se encanta com o canto de suas andanças
chora uma magia desfeita ao som de uma trágica falha humana,
desencanta um cantar de criança que me faz lembrar dos seus gemidos lindos no
alvorecer de um dezembro tristonho,
e que agora soam como canções tristes
palavras frias de uma alma de sentimentos congelados
feito paisagem
morfina natural de uma criatura em desespero.
 
O seu silêncio no meu enterro foi o meu derradeiro fim
suas lágrimas não caiam
suas falas miúdas eram um nada que o tolo queria ouvir
seus carinhos eu busquei na minha memória viva
e não te encontrei,
despeçado por inteiro
sobrevive ao seu desprezo e rumei 
rumo ao encontro de um alguém
que me desse tudo
menos o que você prometeu, amor meu...
 
andi valente 
 
 
 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

lamentável...

Lamento
os meus pensamentos
que de tão pequenos

free
mentos.

lamento
lamentar
o sofrimento
lamentável
de todos os
acontecimentos
lamentáveis...

Todos exatamente
iguais
lamentamos
os lamentos
causados
irremediáveis
e lamentáveis...
inevitável...

andi valente

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Há um eu!!!

Há um fado fadado ao fracasso
                                               [fala tão somente de amor ao acaso
Há uma farda fraudada
sem mancha, sem nada
                                   [nunca foi vestida pelo espírito da guerra
                                    somente pelo espírito da paz.
Há um fardo mofado
sem uso, sem espaço
                                [foi guardado no armário dos meus escritos primários
Há uma frauda molhada
herança dos erros e de muita esperança
                                                            [criança, não me julgues, sou adulto
                                                             só nos dias, mas nas noites...
Há uma flauta jogada
que nunca foi tocada
                               [é o meu amor que te espera...

Há um fado jamais executado
fadado ao esquecimento
                                    [meu coração espera o sorriso dos seus gestos
                                     o carinho aberto dos seu brilho eterno...

um eu que nunca houve
tão seu como o meu...

andi valente

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Eu eu você

É fim de primavera
é dezembro
sol
calor e
o seu amor me fez chorar de dor

É natal
é início
de ciclo e solstício
é o princípio
do nosso abismo
e do precípicio
que separa nossas difusas
intenções.

É
ano
de sonhos novos
é
sonhos
de anos
velhos
somos eu
você
indiferentes.

É
os
nós,
 de nós mesmos
pesadelos
 dos nossos presentes.

É
apoteose
rua de lágrimas de um carnaval 
e as agruras que não se curam.

É o amor
que caiu na rotina
das suas palavras descuidadas
e as culpas sem culpados
e as desculpas
arrumadas
em cima de horas
atrasadas
e o discurso que não muda.

Ou sou eu o seu problema?

É o amor
coisa que não se pega
mas se apega
coisa que não se vê
mas
se sofre por não se ter.

É,
eu não sei
se amei
só sei
que foi
você
que desejei
amar
até o mais profundo
das minhas profundezas.

É
dezembro
fim de primavera
início de
 de mais
um sonho.

andi valente

domingo, 5 de dezembro de 2010

calor

Esse calor asfáltico que me faz perder
os sentidos nessa sampa insana,
preciso respirar,
preciso do mar,
preciso do seu amar,
preciso de um suspiro
preciso de um vento no meu silêncio,
preciso de água,
pois o fogo me queima...
Queimou
o ardor do seu calor
e a flecha do cupido
machucou
meu coração
que sangra
mandigas
estranhas...

machucou
o seu amor
e o cupido
que me flechou
morreu
no calor
do cruzamento
entre o desejo do mar
e o desejo de amar.

Quero um rio pra poder nadar
pois ao mar eu não sei chegar
quero me limpar
das lembranças do calor ruim
do seu mar

maldito rio que não me leva pro mar
só me atrai as lembranças do seu amar
maldito calor de sampa
que não me deixa pensar

andi valente.

sábado, 4 de dezembro de 2010

viva!

E chegou a noite,
chegou o sábado,
cheguei e respirei
o mundo que existe em você,
haviam muitos, os sábados,
que esperei encontrar um botão de rosa
para iluminar essa ausência
que me fazia sofrer.

 Enfim encontrei um motivo para viver,
encontrei

os lábios teus, e te amei...
VIVA!

E chegou
no vagar das horas
tua beleza
e me fez esquecer a tristeza
das minhas desculpas
seus motivos
fizeram os meus
sorrisos rirem mais,
e chegou o sábado
a atiçar
os meus sofrimentos
mas tenho agora
você
e
posso
sofrer, pois seu sorriso
vem me prender
e me faz esquecer
todos os sentimentos.

Enfim encontrei um motivo para viver,
encontrei,
minha esperança
nas tuas andanças
e me encontrei
nos versos dos teus beijos
e te amei... VIVA!

ANDI VALENTE

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Teus olhos derradeiros

O principio dos meus sonhos
teus olhos tristonhos
não me deixavam dormir.

Suas bochechas rosadas
entre o nariz e a orelha
eram a face repleta das incertezas...

Meus medos medonhos
meus risos risonhos
meus atos atômicos
eu quero fugir do olhar
dos seus olhos, não consigo.

Eu amo
te amo
amo o suficiente
para
amar
os dois
em três
de quatro
os
caprichos teus.

Odeio odiar a ideia
de não te odiar nenhum segundo
pois o amor cala
quando vejo meu mundo
através do seu olhar.

Derradeiro imundo esse injusto
tempo que me faz calar
ao sorrir,
chorar
e ao sentir,
morrer
por não me ver nos olhos teus.

Teus olhos
meu mundo
teus olhos
meu tudo
teus olhos
meu  eu
teu olhos
ceguei,
cego de um amor
que não
vê,
passado,
presente
não
futuro não!
Teus olhos
meus,
meu derradeiro
erro...

andi valente

derradeiro oitavo, O PRINCÍPE


eu
amo

Dois

NÓS
amamos
3
Manés
iguais a nós
choram
os lençóis
quatro
Andrés
cinco
6
7
oito
o encanto
se foi
brando,
no
manto
de uma linda
senhora,
se esvaindo
como
um pedido
santo
salvo
pelos medos
do menino
que guardava nossos
segredos
no meio
dos
seus tantos
desejos
derradeiros...

andi valente.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SETE PECADOS DERRADEIROS!

7.  comer
 6. mentir
5 fuder
4 .fumar

3. enganar
2  matar
1 morrer

andi valente.

Cesto /sexto\ derradeiro!

Toda nossa história
nesse sexto dia
jogada fora.

Fotos,
declarações
contas telefônicas
frases
surpresas
todas
excessivamente
picotadas
jogadas
no cesto
sexto
de ingratidão
completo.

Sexta
sem paixão
cesta
da paixão
derradeira,
derrotado
em outro viés de baixa
estima explícita,
cesto
de serestas irreais
e incompletas.

Cesto de sentidos
multiplos
derradeiros
cesto de
sexto sentidos
incompetentes
que
guardam
mágoas
e lágrimas
derradeiras...

Derreto
meus eus
e jogo
no cesto
que o lixeiro
da sexta
faz questão
de levar embora
para um "LIXÃO"
onde
não possa
agradar
ninguém...

andi valente

quintos derradeiros...

Um quinto de felicidade
que me InVAde
1/5 DE AMOR próprio
que me suFocA
1/5 de infelizes à  rigor.
Que me ultrajam à revelia
 1/5 de Meninas que me amam
1/5 de meninos que inflacionam meu ego errante.

Que inferno de quintos
paridos
que me deixam
perdido
ante o abismo contido
entre a virgula e indecência...

Derradeiros pintos drogados
que me saciam,
quintos infernais
que me governam,
quinto quarto
de segredos de terceiros
com segundas intenções
na primeira hora do amanhecer...

Quinta
com 1/5 do dia se esvaindo
sol à pino
e um quinto
de infelizes cuidando
do inferno
da vida alheia,
derradeiro dia
sem paciência...

andi valente.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

derradeiro quarto

Um quarto de vontades eu deixei passar
passado esse que o seu quarto me faz lembrar,
quarto de ansiedades famintas que
devoram as mentiras suadas
e os beijos roubados de um derradeiro
eu que não volta atrás.

Um quarto de maldades destiladas
foram tomadas nas horas das nossas
gargalhadas extravasadas
e no gozo maroto
de  nossas trepadas
desenhadas nas paredes da entrada.

Um quarto foi o escuro de nossas
lembranças
que não quero lembrar
e lembro
do gosto amargo
dos seus olhos
de criança.

Derradeiro quarto que me faz chorar
lembrança maldita que não cessa
olhar atravessado que me destrói
quarto de esperança que ainda tenho
quem sabe talvez  um dia,
o derradeiro seja somente
um quarto de lembrança.

andi valente.


derradeiro III

11
E 21
DA
manhã de quarta-feira
sem cinzas
eu
aqui
no meio
das
flanelas
e pijamas
comendo
rezando
gerundiando
e amando
o novo
cheiro
da fazenda

panela
e um rock
na vitrola
fastio
e um delirio verdadeiramente
derradeiro
de
comida
boa
e cheirosa
que
dá dor
até
fazer
bico
de tanto
satisfazer
o prazer
do umbigo

andi valente


derradeiro II

09
e catorze da manhã
do primeiro dia
anterior ao meu
fiz amor
amando
sei lá quem
amei
o primeiro
ninguém
mas
AMEI,
ai
como o botequim
da esquina
serviu
de inspiração
para
o meu
deleite
AMEI,
amar os segundos
segurando
a esperança
de um amor de criança
derradeiro
e
sincero.

andi valente

derradeiro

01
dezembro
dois
mil
e
10
amei
às
06
e
cinquenta e cinco
da manhã
foi
amor
a segunda
olhada
a primeira
estava
bêbado
agora
estava com sono
Amei
como se
amam
os sonhos
as 07
e dezesseis
do
primeiro
dia
do derradeiro
fim.

andi valente

terça-feira, 30 de novembro de 2010

cruzamento

C
r
u
z
A
M
E
n
t
                       CRUZAMENTOTNEMAZURC
t
n
E
M
A
z
u
r
C

pode?

Não é possível,
ou olha às horas
ou me deixas ir embora,
o passatempo do vento
se perdeu nas cortinas da ante-sala,
o labirinto do tempo foi corrompido
pelos estilhaços das luminárias na calçada,
ou seguimos o mesmo caminho
ou cada um prega o seu próprio destino.

Não há lágrimas de solidão
o que há é conformismo demasiado
entusiasmo travestido de pessimismo
centenas de sentenças empilhadas no armário da cozinha
poeira colocada nas prateleiras do quarto de dormir
e o sofá da sala não revela os segredos
dos nossos beijos
perdeu-se o encanto,
me sinto um solitário
quero de volta a paixão que você fez ferver aqui no peito
quero de volta um tal você,
que não era esse tal
que agora se cala diante do tudo
e exclama barbaridades sobre o nada,
quero minha alma de volta
quero amar você de novo,
pode?

andi valente.

domingo, 28 de novembro de 2010

o MEDO

O medo silenciou meus gritos
trancafiou o mar das emoções
e arrancou-me o desejo de sorrir
independente dos beijos teus.

O medo atravessou as tempestades
de minha alma insegura
alojou-se num canto do coração
entristeceu o meu caminho
em lágrimas.

Mítico medo medonho
tristonho medo hediondo
telúrico medo estranho
entranhas telúricas que dominam
o interno indigesto do meu gosto ruim.

Despretensioso
medo
que o
sol dissipa
no âmago do meu eu
...

andi valente.

sábado, 27 de novembro de 2010

esturricado...

Chorei a felicidade
e as velas no escuro
foram testemunhas
da rara noite de alegria.
Dualidade maldita
seco de tristeza
como os galhos
esturricados ao sol
das madrugadas.
Gritei a dor do amor
e os doutores das causas alheias
me diagnosticaram louco
varrido...
Doido
doído
louco
enlouquecido
mas
não digo
onde foram
as lágrimas de felicidade
eu guardei
e perdi a chave
não faço questão de encontrar
loucura
que só eu quero ter o prazer
de provocar
eu
louco
se
co
es
tu
r
r
i
c
a
do
...

andu valente...

vem!

O minuto escorreu entre os vãos dos meus medos
e percebi que não conseguiria suportar a dor
de não te ter outros minutos necessários
para compartilhar com você o meu amor.

Não
posso aguentar tua falta
sofro
volta, vem viver aqui
vem passar o resto dos minutos comigo!

Choro todos os minutos
não faz o que fazem os bandidos
seja sempre o primeiro
a reconhecer o seu erro
vem fazer do meu desespero
um alento sem sofrimento.

Não
faz de novo, não
saiba que o amor que sinto
não está nas palavras
nem na força da minha emoção
está na minha alma
dentro de uma caixa lacrada
onde só você tem a senha.

Vem
matar a saudade
vem me matar de prazer
vem me tirar essa ansiedade
vem,
e me faz feliz...

andi valente

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

EÓLICAS de sobras...

A tempestade traz um gosto amargo de lucidez para meus sonhos tristes.
Das muitas verdades que as lágrimas me trazem, a única que não consegui provar foi você.

Dentre todos os medos que tenho, a ventania que transpassa meus sentimentos não te contempla.
Os risos de outrora foram trocados pela melancolia da marcha fúnebre que se alojou nos nossos corações.

O vento dá enormes gargalhadas que assombram meus cabelos e me deixam em desespero.
A ventania não quer mais a companhia de um velho adorador de amores fracassados.

Vindes amor de ventos brandos
vindes amor de ventos bravos,
coração de alma insana, afastai-vos,
vindes ventania em águas brandas
vindes ventos de bonança.

Oh! Vento...
Sopra o sofrimento de alguns momentos pro lado de lá de qualquer vendaval.
Sopra os ressentimentos para um lugar onde não haja tempo para ele me achar.
Sopra as maldades do tempo pra alguém que possa me ajudar
sopra vento
sopra tempo
no meu coração
sopra
amor
onde não vejo solução
sopra sementes de ventos
sopra carinho
sobras de bons sentimentos
sobra um pouquinho
sobra...

andi valente.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Se tudo terminou...

Se tudo terminou
porque sofro se foi melhor assim?
Se tudo terminou
porque sua existência continua aqui latente?
Se tudo terminou
e nossa essência  resiste
onde está você que não existe nos mesmos
lugares de antes?


Se tudo terminou
porque  não me deixas caminhar sozinho...
andar a esmo entre os espinhos
errar meus passos, cruzar meus caminhos,
viver sem você
não sei se consigo...

Se tudo terminou
não há razão para prolongar a dor
as respostas que eu tinha não te interessam
as perguntas que se faziam pertinentes
hoje não me lembro se quer das interrogações...

Se acabaram as faltas
se acabaram as cobranças
se acabaram os medos
se acabaram os receios
só as lembranças não se acabam...

Se acabar era a solução
acabado estou,
dilacerado
incompreendido
machucado
a minha solução
era você
é você
será que é difícil entender?

Se tudo terminou
vou dar cabo de mim
mesmo que
assim
seja o
fim
.
.
.

andi valente.



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

e?

Um cavaleiro das trevas e sua amazona
no fronte do deserto coberto pelo destempero da raiva
e seu ermitão com sua ermitoa
recrutas da fatigada guerra dos farrapos molhados.

E?

O seu pardal e dona pardoca
numa briga no meio da "padoca"
e o general e sua generala
desfazendo maus entendidos da gentália
despida e com a genitália à mostra...

E?

O sandeu não se rendeu aos encantos de sua sandia
o tabaréu entristeceu com a partida de sua tabaroa
o zangão, zangado ferrou meio mundo
 pelo sumiço de sua abelha querida.

E?

A pulga pulguenta caiu matando em cima da cadela
que se viu obrigada a dar umas unhadas no cachorro,
cão danado cansado do nada,
marido inerte da esposa  da família do vizinho,
pai da mãe e homem da mulher,
filho da filha
parente do incompente
parentesco do sobrinho,
primo da prima , sobrinha
do enteado magrinho.

E?

O baleia e  a caxarela foram casar em alto mar
e a episcopisa presidiu a cerimônia
pois o bispo constirpado ficou no bote a ver navios,
o padrinho jabuti e a madrinha jabota
por parte da baleia,
e o veado e a cerva parentes
da caxarela,
deram início a festa do acasalamento.

E?

O plebeu se apaixonou pela pigmeia
que amava um rapaz ateu
que era fissurado numa plebeia
que gostava do hebreu
que adorava uma boa europeia
que tinha uma quedinha por um pigmeu
gamado pela fama da ateia
que era fã de um poderoso plebeu
que queria mesmo uma sacanagem com a hebreia
que morreu antes de casar com o europeu,
e eu?
...

E?

O marajá com tanto maracujá na cabeça
entrou em atrito com a madrasta
de sua enteada enfurecido com as fofocas
que cairam no ouvido de sua marani amada
e
o parvo com sua parva rumaram sem destino
a procura do padrasto, patriarca do clã
das murissocas enterradas como paçocas
desenganadas e desidratadas pela fama
de malévolas...

e?
O
dom
da dona
era um sem vergonha
inveterado,
tinha muitos dons, mas o melhor
era ter ludibriado a dona
até a hora do falecimento
do querido perdigão
e sua eterna perdiz
padrinhos de casamento
dos pombinhos do capitão
invejados pela capitã
e
vejam só
parentes bestas
da mula e do burro
casal feliz no encerramento,
nada sabiam,
nada queriam
não nadavam
só amavam,
burro com suas bestinhas
e a mula com suas mulinhas...

Ô casal feliz!

E?
não sei...

andi valente.

SAMBA DU LOKE

No país do carnaval só samba quem tem dinheiro
Apesar das circunstâncias muitos sambaram mesmo sem ter DINHEIRO
O país só fala de carnaval em fevereiro,mas só vê quem tem DINHEIRO
nÃO ASSIsTO  carnaval por moléstia grave
eu prefiro o sambar do VENTO AO tempo SEM dinheiro
de modo algum sambas como eu sambo
Eu danço conforme a música, prefiro ///////''''''''''''''[];.,[];.,[];.,[];.,'''''''''''''''\\\\\\\\\\////////\\\\\//
SAMBA


संबो
मम्बो
മമ്പോ
సంబో
  1. VERIFICAÇÃఓ
  2. INICIALIZAÇÃఓ
  3. TRANSLITERAÇÃఓ
  4. ENGANAÇÃఓ
  5. CANSADÃఓ
  6. MARIDÃఓ
  7. GOSTOSÃఓ
  8. TARADÃఓ
  9. FANFARRÃఓ
  10. NARIGÃఓ
  11. CANASTRÃఓ
  12. BARRIGÃఓ

ZZZZZZ

Zim
         bá
                bue
                      Zan
                                    zan
                                               do
                                                   zi
                                         gue
                         zague
                                               ando por    ai.
                                                   .
                                                    .
Z
a
b
u
m
b
a

   z
       o
           r
       o
         ástrico
                   Zodiáco
                                                                           zuei
                                          ra nossa de cada d
                                                   i
                                                     a
                                                        dia
                                                  
                                z
                                          
I                                  G
                                                                              z
a
                                Z
                                     
         AGUE

                                                                                 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

COM E SEM!

Eu sem você sou zero
com você sou muito além do tudo
eu sem você sou mais um
com você sou todos, acima de tudo.

Eu sem você sou espécie ruim de um ninguém qualquer
com você sou razão para todas as desculpas boas do meu coração
eu sem você sou flores sem jardim
com você sou um mar sem fim.

Eu sem você sou má vontade de dia
com você sou boa vontade todo dia
eu sem você sou isso tudo que não se quer ver
 com você sou de tudo um pouco que todo mundo quer ter.

Eu sem você não sou
com você, sou além
sem você nem sei
com você, sou tudo.

Eu sem você sou noite nublada e choro triste,
com você sou além do céu em disparada ao paraíso,
sem você sou isso, um talvez daquilo tudo
com você sou isto, uma certeza absoluta.

Eu sem você,
um completo vazio,
com você,
completamente preenchido.

Somos um eu,
dois teus
três meus
quatro sonhos nossos
e um quinto de cesto de lixo
no  sétimo com varanda
e um oitavo de camas
minhas, nonas tuas
é a décima esquina que choro
o nosso desencontro
monótono.

Eu sem você respiro
com você transpiro,
sem você desisto
com você me inspiro
sem você resisto
com você existo.

andi valente

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

medo...

Se algum dia eu disser
frases de amor, me interne
não em sanitários convencionais
mas no fundo do teu coração.

Não se espante com quantas falácias
andam manchando meu nome por ai,
se preocupe quando eu não conseguir falar
o seu nome tantas vezes quanto necessário.

Se algum dia te disserem
que eu não te amei todos os dias
reflita,
minha vida segue suas sombras
e meu coração bate descompassado ao som do
seu sorriso.

Não se espante com as mentiras das invejas ditas
sigo o caminho do seu perfume
não faço atalhos com o seu amor
nem retalhos dos meus sentimentos
somente sigo.

Medo de não ter o seu sorriso
medo de não ver os seus olhos
medo de ter e não te compreender
medo de não ter e morrer sem você
medo das lágrimas que percorrem meu ser
medo da secura do amanhecer
medo,
medo esse que dilacera minhas entranhas
medo que me faz crescer
medo que me faz amar o canto das madrugadas
medo,
muito mais do que o medo de amar
é medo de não ter certeza de nada, que vivo
a ter medo de não ser eu o porto certo para
suas inseguranças,
as lembranças boas para suas noites de sono quente
a fortaleza das suas fraquezas
medo,
que me da certeza que o medo de amar
não pode ultrapassar o limite do imponderável
medo crescente
medo
me
do
MEDO...

ANDI VALENTE

CORRENTEZA!

Há um rio de águas pálidas
entre o brilho do seu sorriso
e a escuridão do meu martírio
onde navegam minhas tristezas
em noites turvas de solidão.

Há um rio de águas claras
de nascente intermitente
onde se vê o sol poente
em longas tardes
de um triste escurecer.

Há um rio de águas frias
escuras e sombrias
onde encostas seus encantos
em sono brando e derradeiro
de soluços delirantes.

Há um rio de águas mortas
entorpecidas por coisas nossas
novidades inóspitas e sem sentido
onde cultivo nosso fim,
um velho perdido em água rasa.

Há  um rio de  leito seco
temperado com o desgosto do meu ego
e a fraqueza de sua alma,
água que não vinga mais no nascedouro
não corre mais em nossas veias.

Velha correnteza de sonhos ideais
triste insucesso de vidas irreais
o rio que me comove são as lágrimas
empossadas nas encostas clássicas
da nossa natureza morta.

andi valente.

sábado, 20 de novembro de 2010

Precisei

Precisei chorar
e falar que não amava
o meu maldito espelho,
precisei olhar e ver
as lágrimas escorrerem
entre as sombras
e os meus desejos,
precisei sofrer e entender
que os meus pedaços
não são inteiros
quando os seus inteiros
me deixam inteiramente
despedaçados,
precisei de você e voei
precisei chorar e corri
precisei olhar e sorri
precisei precisar o
preciso medo de te amar
e te amei,
amei até derreter
as salinas das salivas,
o céu da minha boca
derreteu,
os sais das lacrimejantes
noites quentes, queimaram
o ardor da falta,
faltou você no dia do começo
acreditei,
amei,
rezei
e aqui
parei,
acreditei,
amei,
chorei
e aqui
parei...
Precisei as consequências
dessa dor tamanha
só não precisei o tamanho
do nosso amor,
precisei do seu amor
e tive medo,
precisei do seus erros
e tive, dedos,
precisei do seu sim
e tive:
-Não te conheço!
Parei,
precisei
precisar,
precisei
de você
e quando tudo parecia
apareceu o receio
apareceu o seu eu por inteiro
apareceu o que parecia
um lanche no recreio
embrulhado pra presente,
apareceu o tamanho
do seu passado recente
e nosso amor
foi parar nos porões
onde não tinha espaço
não
tinha...
Precisei do seu passado
e ele disse sim,
precisei do seu futuro
e um talvez no escuro
esse foi o meu
recomeço...

andi valente

Nada mesmo!

É
sentado no quadrado
estavam nossos passos marcados
ao ritmo de salsa, merengue e tristezas.

Malogrado sonho caucasiano
malogrado peso indefeso das línguas amargas
o café mal passado passeia ao som de tango
e do maracarrão al dente.

Incrédulos malévolos sedentários céticos
sucumbam aos métodos erráticos da ignorância
mórbida
foco ignorante e torpe das suas latrinas de refrigerantes
sórdidas

Pessoa pergunta se poesia boa tem que ser ruim
Pessoa pergunta se poesia boa tem que rimar no fim
Pessoa pergunta se poesia boa tem que ter meio, começo e fim
Pessoa pergunta se perguntar ofende o meu português ruim.

Pessoa...
Ora Pessoa...
Pé soa assim do nada e no fim,
pessoas não se preocupam com o português
elas hoje estudam mandarim,
o nariz assoa afim de se livrar do ruim
mim que estava encrustrado no marfim
das peças da minha áurea pura, surubim (foi pra rimar)
ei
que
tá lá
da
nado
por
fim
e eu
te
i
m
o
em ser feliz
sem fim
vem
coisa ruim
que te mostro o
assim...

andi valente

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eólicas exageradas

Megalomaniaco temporal desmedido, desprovido de infortúnios sísmicos
devasta os arredores dos corredores nórdicos do meu passatempo sádico.

Megalópole intransigente, correria desmedida de transeuntes inconsequentes
megalopolitano de conversa fiada atravessada nas galantes calçadas molhadas.

Vertedouro megalômano, vértice furada de teorias conspiradas nos portões da alvorada,
reticente macromaníaco morador da encruzilhada do vendaval, número octogonal.

Ventila o meridiano setentrional, localizado nas fachadas retas do obliquo posterior,
ventila minhas calcinhas,
ventila minhas galinhas,
ventila minhas axilas,
ai, ventila, as têmporas do ancião comedor de mamão!

Ereto baixo, careca sapeca lavador de cuecas e de pererecas sem pressa,
louco bandido que leva minha carteira aos quartéis generais de ventos perdidos.

Pastéis da feira da mãe Joana, caldo de cana e uma gelatina de meia porcelana,
loucura da fazenda do ventilador de teto e do cobertor de sofá empoeirado.

Venta, garanhão
venta o vento do aumento do seu sustento,
venta nas fuças da negra que te alimenta com o suor do seu lamento,
venta vagarosamente até uns oitenta,
assopra o vento dos humildes,
sopra as velinhas do centenário das decepções dos seus degenerados
solitários decendentes de loucos putrefados nos armários das academias de letras,
academias de xaropes,
academias de neuróticos musculosos
que mostram o biceps como entrada
e saiam de fininho, sem saída...
Vento
venta
logo
que
quero
ir
embora...

andi valente.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EÓLICAS DO TEMPO.

No quase nada vazio redomoinho de sentimentos ciclicos do meu coração,
sopra uma brisa intermitente que esvoaça minha saga por novidades perenes.

No quase tudo sempre cheio rodamoinho dos meus pensamentos frequentes
bate um remorso de vento, que toma conta do tempo e não me deixa ruir.

Em quase tudo que faço não há um nada presente que me alegre incondicionalmente,
em quase nada que vejo, tudo o que sinto é um desprezo constante pelas almas beligerantes.

O sopro que aventa possibilidades do fim,
ventila ventanias verdadeiramente impuras
sobre vendavais que outrora destelharam
todas as sobras da minha reputação ruim.

O vendaval de armadilhas costuradas pelos pés-de-ventos que tomam de assalto minhas janelas
descarrilham o trem da vida no subúrbio do mundo em que coadunam meus submundos.

A tempestade que chega arreganhando a  saudade que não cessa a possessa criatura indefesa,
arrebenta os medos dos temporais de trovas e serestas que meu coração desconversa.

Vento, vento, vento...
Trás de volta o vento que se perdeu com o tempo e me levou embora meus bons sentimentos.
Vento, vento, vento...
Atrás de ti ressentimentos, junto a ti confusão de sentimentos, frente a ti imensidão e um punhado de
tormentos.
Vento...
Vento...
Vento...


andi valente.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cansei

Cansei de falar da lua
cansei de falar do tempo
cansei de falar do dia
cansei de falar noite

Minha vó dizia que quanto mais vivia
mais tempo sofria
meu pai dizia que quanto mais cedo bebia
mais tarde dormia
minha mãe dizia que quanto mais esperava do dia
mais das noites se queria
meu irmão não falava, com silêncio explicava
que tantos dias e tantas noites
eram amigos do tempo
e a lua era
testemunha do seu desespero incerto.

Cansei de falar do dia
cansei de falar da noite
cansei de falar do sol
cansei de falar do tempo.

Meus amigos não diziam muito
só compravam,
esperava os dias e não me viam
esperava às noites e se escondiam
esperava às luas e não sorriam
esperava os sóis e nunca podiam
quando me dei conta o tempo fez
de conta que não era comigo
e levou todos para não sei lá onde.

Cansei da lua e sua postura
cansei do dia e sua ternura
cansei da noite e suas frescuras
cansei do sol e suas queimaduras
cansei do tempo mas ele não cansou de mim.

Meus colegas
esperavam a lua para cortar o cabelo
esperavam o dia para pedir dinheiro
esperavam a noite para irem ao terreiro
esperavam o sol  para pescar amores
não esperavam que o tempo não tivesse
tempo com suas loucuras intermináveis.

Cansei da lua
cansei do sol
cansei da noite
cansei do dia
cansei do tempo
mas ele não cansou de mim
casei com o tempo
e ele me fez assim.

andi valente.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

interrogação!

Sou verborrágico e nostálgico
sou analgésico e anti-térmico sistêmico
sou endemia de hipocrisia na sacristia
sou fluído de freio contra desejos doidivanas
sou

és amanhecer nublado em trânsito congestionado
és correio de voz deselegante e irritante
és tudo que queria ser depois de uma noite de prazer
és fotossíntese climática do meu eterno ser
és...

é, você foi o que eu queria de um dia de felicidade incontida
é  o  recheio do bolo repartido ao meio em dia de criança
é o primaveril octagenário solstício enluarado do frio
é  o riso matemático em horário errático
é sim
e é não,

somos feitos de oposição e de oposição somos feitos a despeito dos nossos defeitos
somos cisão de oportunidades incompreendidas nas cagadas das noites sofridas
somos decepção de um dia de decisão, derrota anunciada e confirmada
somos nada
somos tudo
somos eu, você e o ridículo vagabundo dono das minhas ignorâncias

eres, hereges hermitão, escritores conjugadores do verbo alheio
eres encrenca resolvida com um tiro nas encruzilhadas vividas
eres malemolências mortas e amarrações de amor atrás das hortas
eres vós mesmos os donos dos meus desejos de veraneios,
eres, os mesmos?

Então seremos salvos  no último dia da paixão?
Então,  onde está o que seria e onde está o que realmente gostaria, onde então?
Então, então e então onde estamos  ao final das contas?
Então, caro leitor cara leitosa onde estão, aqui não estão, aqui  estamos?
Então...?

domingo, 14 de novembro de 2010

politica de boa vizinhança!

oooOOOOO  tenho que agradar o cachorro também?
oooOOOOOOOOOO TENHO que agradar as galinhas também?
oooooooOOOOOOOO TENHO que agradar as madames também?
oooooooooooooOOOOOOOO tenho?
Se tenho que ser correto, azar dos in
eu sou assim incorrígivel
sou do barulho
da
dor de rock exposta nas crostas das minhas costas

das cuecas expostas no varal do meu quintal
sou desrazão de viver entre semelhantes
sou um parto de ambulantes procurando
e não encontrando partes de si mesmo,
sou vazão de sentimento represado nos acentos da sua pornografia
maldita, escrita com letras de arrogância,
sou palavrão cumprido comprimentando coisas suas,
sou
espasmos solitários entres as vírgulas do calendário
sou inalação exagerada
sou overdose controlada pelos dedos da sua espada
oooooooooooOOOOOOOO SOU EU MESMO
OOOOOoooooooooverme vegetal
oooOOOOOO sou rock nacional, sou lua, sou mercado municipal
sou fato
sou mato
sou espinho
sou fetiche
sou bateria regarregável
sou guitarra garganta
sou contra, sou baixo,
sou sonho alto
que nunca termina
sou inquestionável
sou sim
rock pesado que perturba sua fauna
oooooOOOOOO ESGOTO
ESCROTO
MAROTO
ARROTO
GAROTO
RIMA RUIM DENTRO DE MIM.

andi valente.

LOKA!

Você acha que eu esteja mentindo?
Se você achou que eu estava, errou
eu lamento que chovesse tanto no seu jardim
se a culpa foi minha, perdão.

Ela vai reclamar até que alguém ouça
visto que chove muito por aqui
vou levar minha escola de bambas
aos botequins de um rock stock assim.

Eça começou a chorar à beça
em latim e o cachorro da Socorro
nem ovo frito fazia do mambo
que irritava os vocais de jasmim.


Perigosa, essa vaca em latim.
Venenosa, essa praga no pudim.
Ardilosa, esse vento no carmim.
Talentosa, era a marca  que enfim.

lOKa
loca
loca
LOKA
sua boca
rouca
loquinha
locona
louca
louça
loka
oka
ok
a
fim...


andi valente.

Feio!

Há nós simples imortais nobres
feios por defeitos de nossos antecessores
desastre natural de uma vida,
o que nos resta?


Encher a cara e meter as caras atrás de uma boa noitada.
Encher a pança de comilança, e não ir a balança, jamais.
Encher o saco do nosso amigo bonito para ver se ele descola uns restos mortais.
Encher o cesto bisexto do nosso lixeiro para não observarem a beleza do nosso regime.

Há nós simples morais da carnificina
feios detentores de prêmios irreais
desastrados seres descendentes do acaso,
o que nos afeta?

Roupa 36 se o nosso modelo é 50,
roupa apertada se a nossa moda é folgada,
roupa descolada se a nossa moda está sempre atrasada,
roupa colada na barriga tanquinho, pois colado aqui mesmo só os regimes curtinhos.

Feio que é feio mesmo
toma coca-cola
da porrada na escola
liga de motorola
enche os bate-papos com lorotas
faz churrasco a toda hora,
feio que é feio mesmo
coça o saco de joelho
arrota no recreio
esquece a chave do outro lado da porta,
nunca está em dia com a moda
adora um fone de ouvido e uma moda de viola,
um feio não tem defeito
se ser feito feio já é um defeito completo,
feio
é feliz por natureza
morta,
feio
adora uma torta
um prato à moda
uma pizza de gorgonzola,
feio só é bonito
onde ninguém enxerga
nem o vigário
é um segredo bem guardado
só nosso mesmo,
feio é um tesão sozinho
no escurinho
sem luz e de fininho
feio é ambição
e sofreguidão
ser feio é sofrer por antecipação
é
ser ponto de referência com frequência
é
ser exagerado mesmo quando está na medida,
é ser
desejado
do lado do avesso
ser feio é estar sempre do lado contrário
na contra-mão da opinião
é ser vento forte contra tempestade
ser chuva fraca em tempo de enchente,
ser feio
é ser forte
ser feio
é ser obstinado a ser bom,
ser feio
é
ser humilde por determinação
e é ser vencedor
por opção.

Felicidade de feio já nasceu enrrolada na maternidade,
Felicidade de feio abra a porta e vai embora, morta de susto,
Feliz o feio que se dá por satisfeito sempre com o pouco que tem,
feio, mas feio mesmo, é ser bonito e ter preconceito de si mesmo.

andi valente.

sábado, 13 de novembro de 2010

PORRA!

As vitrines
do meu
sexo inquieto
explicitando
tédIO DE PORRAS EXPLICÍTAS


Os redomoinhos
dos cabelos
do meu ânus
fétido
esperando
um rogai por nÓS
cético...
E AS PORRAS NÃO VOAM.

O suor sincero
das trepadas do sexo
na hora final da sorte
trepo, meto, meço
tripa, reto, orgasmo métrico,
o ângulo azul dos seus lábios
internOS.
Porra pequena que o tempo passa
e cristaliza, porra do nada, porra !

Quero sexo oral
saliva na cabeça do meu pau
quero um metro de galinha morta
um canção na minha porta
e a guerra da genitália aberta
quando você, antes do nada
tudo dentro de mIM.
PORRA GOSTOSA QUE TOMA
MINHA VESTES, QUE VESTE
MINHAS SOMBRAS,QUANDO
TOMBA AS PORRAS DO MEU
MASTRO PERDIDO ...

O eterno, só paz no cemitério
o etério clérigo angelical
e sexo em cima do clitóris
do defunto amigo, quero
violação, quero violão
quero cantiga de drama
fio terra,
chama,
fio terra,
clama,
fio terra,
ama,
fio terra,
mama,
fio terra,
gama,
fio terra,
sonha a voracidade da
língua mordaz
que faz o amor ser
um pedaço de laranja cor
de dOR.
pORRA, pORRA.
FRUTO QUE DESCE A FRONTE
QUE MEDE A SEDA
DA SEDE DA GOZADA TROCADA
PELAS CARAS E COROAS DAS
MOEDAS TÉTRICAS.

Gozo o gozo do amor
faço a metida medida certa
faço a calça entre aberta
de uma virilha maldita
despida de vergonha
entupida
faço
inferno
faço
sexo em troca
dos trocados
faço solidão
faço ilusão
faço compaixão
faço nada
faço coisa alguma
só não faço eu
de novo
faço tudo
só não faço amar-te assim
entranha RUim.

Porra de porra nenhuma
moderno cibernético
dentro do meu eco,
sem destino certo
porra que porra é essa
que cola na minha testa
e descola a minha festa
Porra
eu quero
porra
de porra
nenhuma
já fiz de tudo para abandornar-te
mas meu dedo mindinho colado ao
médio
faz sexo sem porra virar programa de
televisão
porra
por
porra
sou a minha porra
que empobrece os méis
os  sóis
os nóis
porra que porra é você,
que me enterra vivo
que me degenera
PORRAAAAAAAAAAAAAA
sou hora final
da nossa morte
sou letal do nosso dia
sou hora fatal
do nosso feto
sou porra de nada
do nosso tudo
P
O
R
R
A

!
andi valente.

Perdão!

Perdão pelos erros de ocasião
que errados hão de pesar uma vida
perdão pela pequena falceta, mentiras
perdidas que somadas hão de pesar a vida toda
perdão pelo erro sem juízo e sem vício
que eu fiz sem saber no quanto errado era o erro.

O remorso que dói aqui dentro
sufoca os pensamentos e as teias do arrependimento
me deixam sem fala e sem voz para a dor que sinto
essas lágrimas me sufocam pois não tem volta o que fiz
perdão não serve como ocasião para o meu erro,
triste choro derrotado que tenho
sofro por estar morto dentro de uma redoma
onde todos olham o meu lado bom
e eu só vejo o meu lado sincero, um mau funesto
que toma conta
que sangra
que morre cada vez que lembro o mau que corrói aqui
o mal que fiz a mim.

Socorro, perdão
perdão pela mentira pequena
pela brincadeira delinquente
que hoje me tornou um monstro
de todos os erros recentes.

Se existe pena, não tenham
se exite dó, não mereço
se exite cruz, carrego
se existe dor, eu quero
se exite ódio, eu preciso
pra suportar esse eu que caminha
caminhos estreitos
estranhamente distintos
eu quero pena de morte
para a minha sorte,
quero pena de morte
para o meu sol quadrado,
quero pena
pra quem tem pena de mim.

Eu só vivo para ser testemunha
que não se sobrevive sem pagar
as pragas que eu fiz
sem jorrar o sangue que fiz jorrar
sem matar os corações que  fiz morrer,
viver não serve
como desculpa
serve de constatação que solidão
e perdão nunca se casam, nunca.

andi valente.

vivo? Fevereiro depois de Janeiro no RIO..

A vida de solteiro é sempre de fevereiro
onde começo meu cativeiro
regime,
fome,
desespero,
eu não quero minas, quero um fevereiro
com  sobras do feijão tropeiro.

Fevereiro mês que parece um ano inteiro,
se fevereiro falasse eu já teria assinado o casório
ou o divórcio, comprado um consórcio ou até
quem sabe namorado meu sócio.

Como bom mineiro deveria ter olhado o mar
de fevereiro passar,
mas nunca passei um fevereiro no Rio de Janeiro
e dizem que fevereiro
é melhor que o ano inteiro
só quem passa um puta fevereiro
pode ferver o ano inteiro no Rio de Janeiro.

Adoro um rio que comece em janeiro
e jamais termine em fevereiro
por isso que esse mês é tão curto
dura tão pouco, vale o ditado escrito
tudo que é bom dura pouco,
por isso não vejo março chegar
odeio abril se abrir
ou maio malhar
ideia eu não tenho como fevereiro não terminar
só imagino
o quanto seria cretino
se você não aproveitasse o rio
antes que as àguas de março viessem a acabar com
o sonho de um fevereiro inteiro.

O rio é poético
saga de janeiro, pleno fevereiro
não é pra malandro mineiro
é pra gastar o tempo inteiro
ouvindo a banda passar
a loira queimar
a praia fervilhar
o samba sambar
o jeito menino mineiro
moleque  festeiro
que me contagia o ano todo
a saudade de voltar a fevereiro
e ver a mulata sambar...

Fevereiro não é pra qualquer um
é amor sem igual
é paixão nacional
é dia de carnaval
é quarta-feira de cinzas
é porta bandeira
comissão de frente
é gerente indecente
crente que a festa julina
pode ser festa febril
antes de um abril
no fevereiro que desabrocha o meu
amor
no fevereiro que conto os meus segredos
no fevereiro que me entrego ao
riso do rio
ao janeiro matreiro
no fevereiro que sou eu inteiro
no fevereiro eu vou até o outro mês
todo dia
pois alegria
que eu sinto nesses dias
só noutro fevereiro de um verão
inteiro
Amo o Rio de Janeiro
a barca, as flores
amor de carioca
brota
conquista
amarrota
amor de carioca
não suporta idiota
o rio
jamais seria
feio
pois tem janeiro
colado a fevereiro
e um carnaval
inteiro
de amor pelo
Brasil inteiro...

andi valente

Nós...

A pressa apressada cruza minha estrada
a calma exagerada acalma minha alma
a palma inacabada reclama desesperada
no meu jardim de flores flácidas,
há uma rua sem saída dentro de mim.

Eu assim,
paixão recolhida pelos lixeiros da madrugada
canção escondida nas noites mal amadas
sol apagado entre nuvens acinzentadas
pega pegado nos lençõis da sua casa.

Você assim,
sol de verão que arrasta a multidão
chuva de outono que afaga meu coração
frio de inverno que aquece os meus desertos
sorriso febril que a primavera floresceu.

Eu e você,
nunca existiu nenhum de nós pra falar de amor
na paisagem mais bonita não há uma só lembrança nossa
as fotografias amareladas se um dia existiram, eu não me lembro mais
e fogo que comia solto, se apagou
e a chama que ardia tanto, se apagou
e rima que rimava os prantos, se apagou
e o grito que gritava tanto, se calou
e o riso de risadas tantas, se perdeu
e o amor que era teu, foi-se embora
e o amor que tu me tinhas, nem memória.
Nossa história esta gravada numa esquina
dessas que passamos todo dia
onde a paciência vai embora
e o amor que outrora ria
agora chora...

A pressa apressada cruza minha estrada

a calma exagerada acalma minha alma
a palma inacabada reclama desesperada
há uma rua sem saída dentro de mim.

andi valente.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

invertebrado...

eu sou um animal


racional

invertebrado

nos meus movimentos

cerebrais

que de tanto tentar

acaba tentado

a ficar calado

um tormento
 
esse sofrimento
 
do silêncio
 
que eu carrego
 
no bojo do meu insucesso.
 

caquis

Eu comigo mesmo
aqui do lado dos meus caquis
amarelos e vermelhos
meio amargos
meio meigos
doces caquis inteiros
amargos aquis
regressos outonos
vermelhos
saídas de banhos
amarelo caqui,
e eu
sem meios
pras roupas
vermelhas do espelho
meios amarelos
de constrangimento
vermelho de ressentimento
e meus caquis
aqui
no meio do meio
enfim,
o fim?

Enfim,
os
caquis
doces eu já perdi
só os verdes ainda
continuam aqui
os caquis meigos
se perderam
os amargos
eu não perdi,
e o fim,
enfim,
o fim, não vi...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PALAVRAS DE CONSOLO

Dói
                            GRANDE
                         Só tem essa cor...

EU QUERO MAIOR (puta mesmo)

                              gosto de coisa grande (viado então)

 esqueci a vaselina
                             será que eu aguento...

tantas coisas entre o meio do meu umbigo e o meio dessas coisas todas,

loirinha/durinha/bonita/sensual/auauau
D
Ó
I

M
A
S

E
U

GOSTO E MUITO

TEM MAIOR NÃO MOÇO?

EXAGERADO
JOGADO
AOS TONÉIS
EU SOU
MESMO
UM
PINGUÇO
INVETERADO

e o consolo
que horas
que entra
que horas
sai
?
Ai consolo meu
que consola
a consolação
de uma vida toda
consola
a hora
funesta
consola
a dor
incerta
e deixa
o prazer
ENTRAR!

andi valente..

uma palavra de consolo!

foda-se!
FODA-SE

FoDa
-
Se

VAI
SE
FODER

FODA-SE
FODÃO
FODA
FODINHA
foda-se
com
ou sem
camisinha

F[O]DA-SE

EU
FODO
  TU
FODA=SE
ELE
COITADO
SE FUDEU
NÓS
FUDEMOS VÓS
QUE FODEM
FODASTICAMENTE
ELAS
FODA-SE

ADORO.
ANDI VALENTE.