Morro da saudade dos momentos de nostálgia
em que o Morro saudava os irmãos de alegria
com melodias de roda durante o dia
e lamentos em prosa nas rodas da dona Zica.
Morro de saudade do saudoso maloqueiro
que morava nas ruas dos murros rio adentro
e contava as piadas das donas Marocas nas malocas
comendo mandioca frita e a paçoca servida no Sêo Isaías.
Morro de morte morrida dentro do túnel Vieira Trento
meu lamento não morreu de morte sofrida
morte matada só havia morrendo nas ruas do livramento
morte mata a sede do morro guela dentro
morto, morria nos pingados molhados do Sêo Juarez.
Hoje o Morro não tem saudade da santidade de seus fiéis
morre como se morre um pedaço de rim
matar não tem conjugação na saudade do Morro;
eu morro
tu no morro
ele encostado no morro
nós nas ruas do morro
vós fuzilados pelo morro
eles comem todas no morro,
mortos não clamam socorro!
Morro morrido, varado bandido
da bala cravada perdida entravada
na estrada da mata vida
morto é velado nas valas
varridas, cremados como carniça
sem o último pedido de vistas.
Enquadrados pelo silêncio do toque das nove horas
o morro não deixa mais o galo cantar nem a madrugada nascer
morro faz festim com bala que o papel embrulhado fatura
fartura da amargura de uns, alegria das frustrações de ontem.
Morro, a morte me levou a sorte de não ter
morro como você nas esquinas esquecidas
morro da faxina que as chacinas fazem eu não morrer
as pinguelas recheadas de meninos banguelas e meninas cuecas
fazendo farinha no espelho negro das suas calcinhas
farelo mostarda nas tardes das biqueiras cheias de pó, pedreira,
morte que não dá sossego pras florestas negras do seu Alvim.
Morro saudade que dá, da que eu tenho do tempo do nosso casamento
morro de saudade, de um tempo das mortes sem juramento
morro que dó do tempo que o morro não tem
em que a entrada sorria sem bala na urina, a casa era de esquina
em rua sem saída e a bebida da bica se tomava no gargalo.
Ui que saudade que o morro me dá
ei de tê-lo visto morto lá no morro da saudade
oi, tem tanto morrro morto asfixiado pelo seu próprio ego
ai que saudade do morro em outro horário que não fosse o dia
do meu obituário...
andi valente.
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