quinta-feira, 30 de setembro de 2010

frases

Se a razão não te permite avançar, experimente o erro. O sucesso duradouro só se constrói com uma sucessão de erros retumbantes.
andi valente.

imundos.

O vazio compreendido entre os
cílios adormecidos
e as sombrancelhas retorcidas
1/3
de pão amanhecido.
O espassamento entre o tempo
de um olhar e um olhar
sem tempo
1/4
de arrependimento.
O instante de inspiração
e a vazão constante da emoção
equação
em fração de segundos.
1/2 gesto delicado
suspiros açucarados
O
mundo
inteiro
mudo
1/12 avos
de
imundos.

andi valente.

mira la luna

Sou fardo amarrado na encruzilhada
vaso raso que transborda pela orla
chuva fina que empossa na esquina
fruta madura
mira la luna...

Sou armário abarrotado de lembranças
tampo de granito em chuva de granizo
silêncio dolorido aturdido pelo tempo
rezo,penso
mira la luna...

Sou vaca de presépio em tempo de natal
verso de cordel em pleno esquecimento
espiral entravada arrancada pela faca
um nada,
mira la luna....

Sou sono leve em noite fria
reto desejo em demasia
despertador que assovia
hora certa todo dia
energia
mira la luna...

andi valente.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ENTÃO JOÃO?

Então João?
Se o José  do
Drumond fora
questionamentos
interrogações,
o que esperar de você?
De calças curtas,
de gola rolê,
com rastro apagado,
com o samba atravessado,
trincha de modernidade
tríade da saudade
Então João?
Onde está seu coração?

Esperei você de avião
esperei você na contra-mão
esperei você em oração
de táxi você não chegou
a vaga enfim vagou
o estrado foi desmontado
o espaço reservado
os vestígios revirados
a carta esperei
Então  João?
mereço uma explicação
Onde está seu coração?

O endereço já não existe
seu sobrenome saiu da lista
sua sombra perdi de vista
sua lembrança não me alcança
nossas andanças de crianças
perderam-se na esperança
João o que me diz?
ficou triste,
João?
Então...

Corro descalço em solo quente
os girassóis amarelos
riscam as trilhas dos lençóis
que marcaram as cantigas
e as fronhas mais antigas
estendidas sob o sol
amareladas pelo tempo
tremulam secas ao relento
então João?
por onde andas, coração?

Fazes de mim interrogação,
artefato ruim de solidão
seu perfume se perdeu
seu encantou se perdeu
seus instantes se foram
distantes ,
não os percebo com antes,
noite fria de picardia
pilhéria na primavera
outono escalvado
José do verão
mar de exclamação.
Então João?
Malvado diz-me não,
isso é so ilusão.
Onde andas meu João?

E as novas,
continuam velhas
e as velhas enterradas
onde está seu coração João?
As batalhas empatadas
o guerreiro venturoso
o plantel desfalcado
José emoldurado
João então, procurado
cisne de pernas douradas
Então João?
Ou me ensinas o caminho,
ou caminhastes sozinho...

Andi Valente.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Hemorróides

O estorvo d'alma  pelo preconceito do dedo
esgoto do ser humano
Sêo CÚ sofria,
pelo medo
do dedo,
pelo meio
deDO,
pelo meio                                                                          
do
anús.


de barriga vazia
e lombriga,
feio o cú
do Sêo CÚ,
não teve jeito,
abriu-se um rasgo
no meio
e
tirou-se o
preconceito,
a dor
saltava-lhe
o peito,
respeito
respiro
que
bom sujeito!

Sêu CÚ
agora sorria,
era só alegria
o medo
que outrora
afligia
morreu
durante a  anestesia.
Puro êxtase,
simpático,
sentiu que o
Doutor DEDO
não fazia medo.

Sêu CÚ
agora se abria,
qualquer um
que
chegava
logo
puxava um dedo
de prosa,
metia o bedelho
não se arrependia
Sêu Cú era só
sossego.

Homem de respeito
ficou amigo do prefeito
e até indicou-lhe o
dedo como remédio pro
desassossego,
Sêu CÚ não podia
ver a passarada
que logo corria em disparada,
não podia ver a molecada
que logo se achegava
pra assuntar um
jeito
de falar
dos seus feitos
e mostrar
o meio
do seu dedo,
tão perfeito!

Sêu CÚ
era um fraco
coitado!
Mas aguentava com
firmeza
as belezas da natureza,
fossem elas
tortas,
retas ou opostas
aprendeu
que amor
não tem cor,
jeito,
sexo
ou defeito,
AMOR
é um sujeito
que quando
bate no peito
não tem meio
é sempre
intenso
inteiro.

Sêo Cú
agora
não
tinha
meio
termo,
ou era
por inteiro,
ou ficava
solteiro,
aprendeu
amar-se
por inteiro
e que
meio, ora
meio era
meio,
e inteiro
é um fogaréu
acesso.
Sêu CÚ
não tem jeito
bom sujeito
ama
amar a
vida
por
I
N
T
E
I
R
O.

ANDI VALENTE.

martiricida

NaRiganga não viu ningúem, não viu nada
NaZáreo já não respirava, sua natureza morta
entorpecia o ambiente,
Partenopeu intelectual das frases indeléveis
vaticinou:
-ne sutor ultra crepidam (que o sapateiro não vá além do sapato).

Sapato?
Ele morreu enforcado, asfixiado pelo prazer da cartucheira
enfiada em suas orelhas,
3 díspares
um e outro caso
uxoricida, martiricida
das avalanches de um  pais tropicante
calou para todo sempre
o laranjal...

-Esta laranjas são para quê?
-Para chupar.
-Quem vai chupar?
-Eu.
estas laranjas são para mim
estas laranjas são para eu chupar
CHUPA!
Mas
esquece
eu...
andi valente

recomeço

C
h
uva
M
olha
Minha
M
ã
o
A
b
r
e
M
eu
C
ora
ção.
  1. quero pedir perdão
  2. quero pedir
  3. quero
  4. eu
N
u
vem
Ch
eia
D
e
s
c
e
De
va
gar
Quero
ou
vir
o
pin
go
d'água
T
o
c
a
r
M
eu
Coração
  1. agradeço os olhos para sentir
  2. agradeço os ouvidos para tocar
  3. agradeço
  4. o toque pra te ver
  5. o olfato para apreciar
  6. o paladar pra te amar
  7. agradeço
  8. o começo, o meio
  9. não agradeço o fim.
  10. Duro recomeço que não tem mais fim.
ANdi VA lente.

domingo, 26 de setembro de 2010

Zona de Conforto abalada...

Eu estava sem ningúem
Tudo parecia tão bem
Aí apareceu você, pra mexer
com o meu interior
Sacudir minhas estruturas
Fazer o meu modo de ser
estremecer
dedicação que eu não vi nascer
Amor que me faz renascer

Você me tirou da zona de conforto
me tirou um largo sorriso do rosto
Pensamento que não cessa
amo,
amar a primavera

As palavras pichadas na entrada
da minha estrada, os muros 
que cercavam meu coração de criança
foram arrancados,
A poesia dos seus beijos
o seus desejos descobrindo os meus
os seus olhos namorando os meus
perdi o rumo,
os meus agora são seus

Você me tirou da minha zona de conforto
Me tirou um largo sorriso do rosto
fez certo em acabar com a minha solidão
amo,
amar bem no início da primavera.

Nego que seja você minha mais nova prisão
mas meu coração não voa em outra direção
Assim, seja o que tiver de ser,
pedi pra conhecer e conheci você
abalada pelo improvável sentido do não
extasiada com tamanha amplidão
sem chão,  em teus braços
sinto a sorte
de ver as flores nascerem entre tuas mãos,
perfume que faz meu coração sorrir
no final de setembro
no início da primavera

Você me tirou da minha zona de conforto
me tirou uma largo sorriso no rosto
me sinto abalada
mas me sinto feliz
amo,
amar você por toda a primavera.

Andi valente

tico-tico.

Pífaro tinto zunia ao som do tico-tico,
Carmem sacolejava as penas no quintal
Pica-pau tendeiro morreu do susto que levou
Lá, lá ,lá e o tiro saí.

Fubá tépido, faz lembrança de criança
Bolo doce o vento levou,
bolinho de chuva de fubá se vai
e o tico-tico sai.

Nicolau a tiracolo fazendo graça
Vitrola de 78 rotações, e o fubá se vai
e a cuia?
No tonel vazia, de lá para cá.

Triste fiquei, mas agora quero contar a vida dos dois
Só que ai ele não voltou
A tormenta foi uma constante
E a Carmem tão distante
voltou americanizada.

(Homenagem a Carmem Miranda e ao tico-tico no fubá)
Andi Valente.

MUNDO...

Sou de um tempo onde perguntas nunca tinham tantas respostas...
Eram verdades com as quais o diálogo não se sobrepunha.

Hoje tanto perguntas e respostas são copiadas e coladas ao toque de um rato adestrado, ensinado e programado ao comando das mãos...


Não há tempo para questionamentos,
a liberdade adquirida fica confinada em
tela líquida chamada por muitos de instrumento dos "novos tempos".

E os pensamentos? Os ideais? Os levantes, os ressurgimentos...
Cadê o renascimento?
Passando tempo, em frente ao compartimento
de uma casa ou apartamento
armazenando banha e isolamento,
jogando contra um tempo que vara noite à dentro.

Outrora navegar foi preciso, mares bravos,
uma descoberta de acontecimentos,descobrimentos,
naus, caravelas, barcos a vela, centenas de homens ao mar,
era um mundo novo, continentes, mercantilismo
caminhos da Indias, especiarias, troca de mercadorias
redondo...

Hoje, navego nas ondas de mares mais calmos
sentando em frente a um computador potente,
de giga e bytes diferentes, solitário desbravo os sites
de descontos, vejo o menor preço, compro no cartão
dez pagamentos...
saia, shorts, blusa, veneno
beck, farinha e sortimentos,
isso de qualquer continente
conheço os mais diversos interesses, descubro
que redondo mesmo só a minha barriga saliente...
Crescendo...

Revolução de armas nas mãos, exército nas ruas, boas figuras de literatura, nos sites de história...
Jornais eu não os folheios mais, agora há notícias instantâneas que vem no vibrar do celular.

Os ìndios chocaram os brancos europeus
quando aqui chegaram e viram o nú sem pudores,
Uma manada de seres indefesos sem malícia,
Que foram cobertos pelos pudores de senhores sem limites.

Hoje se faz sexo mesmo com preguiça,
na frente da televisão, na tela,na palma da mão,
no quarto do filho,do pai, do marido,
do vizinho, da empregada ao lado do quarto da mãe,
dentro do quarto dela...
do padre, do pastor, sem o menor pudor.

Num site qualquer, orgia, noutro, putaria,
tem canal só com anal, outro de sexo natural,
outro animal com vegetal, homem comendo homem, mulher selando mulher,
dois em um, cinco contra um
de tanto escolher fico sem saber se o prazer em ver
é melhor do que ter prazer em ser...

Sou da mesma espécie que habita esse campo terrestre?
Sou assim também, cheio de ideias convencionais?
Vazio de reações normais? Vazio de sentimentos naturais?

Sou humano de um d.n.a alternativo, feito de princípios
prefiro relações carnais aos toques virtuais de mulheres ideais.
Sou humano de um d.n.a alternativo, grito quando o silêncio grita comigo
choro por uma conquista de um amigo, rio sozinho dos meu erros
faço graça das minhas próprias desgraças...

Que graça tem de rir da desgraça de alguém?
Te faz se sentir melhor, ou te faz ver que tem alguém pior que você?
Que graça tem de olhar e comentar a vida do outro com outro alguém?
Fofocar nunca fez bem a ninguém...
Ser engraçado por encomenda é fazer a vida do próximo um escárnio?
Onde chegaram os octagenários desta geração?

Serão gordos sendentários todos esticados, mascarados, desenrrugados, botolinizados, estereotipados como a geração que não envelhece?
Ou nem chegaram aos oitenta?
Quando tudo vira sim e nada vira não, a competição do ser
oprime o cidadão e a solidão toma conta do coração...

Não faço do apocalipse o princípio do fim dos dias,
mas a questão de ser um ser comandado pelo prazer
em ter,
consumir,
obter,
satisfazer,
meter,
gozar e
saber que amanhã tem outra na sua cama...
Ou outro com seu pijama...
Te satisfaz?

Se ser assim é ser humano?
Então vou viver em outro plano, planeta do capeta, vou pegar um cometa
sair da realidade e voltar a outra era da civilização...
Não posso compactuar com a inércia da degeneração
com o extermínio de uma raça inteira...
Não há canibais.
Há seres em decomposição de sentimentos...
Não há relacionamentos,
existem interesses em relacionar-se com quem está bem
com quem se dá bem,
com quem tem algo de proveito
que se possa aproveitar...

Eu quero é aparecer
fama, sucesso,prazer,
ser visto, me ver
falem bem ou falem mal
mas não se esqueçam do meu flyer...
Estou com o nome na lista, sou capa de revista...
Sabe com quem tá falando?
Meu nome já foi citado, eu ja fui "googado",
meus vídeos entubados meus namoros estampados
meu diário relatado nos classificados
e você, quem é você, pode me responder?

Seres que passam ao lado do sofrimento alheio
e pensam que sabem,
mas no fundo sabem que não sabem como fazer para parar
de perder o controle dos seus próprios sentimentos...
Onde você quer chegar? Onde nós vamos parar?
Num spa,
num sanatório para dependentes internéticos,
ou num fast-food pra dar uma rapidinha depois de uma
tecladinha...

Você já parou para pensar que se você se desconectar
e olhar ao seu redor não há ninguém para conversar?
Já pensou que herança vai deixar para os seus filhos?
Ou nem pensou em tê-los para não perder tempo?
Antes os filhos eram muitos e as esperanças eram poucas
Hoje há poucas crianças, mais e as esperanças?
São melhores mesmo?
Boa educação, dinheiro no bolso, viagens, internet,
amigos chicletes, igrejas e leds é o que basta para
essa geração?
Play 3,play 6, jogos mortais, armas virtuais
tragédias reais...

Qual geração é a nossa?
Pós-Modernosa?
Pós diluída?
Poluída?
Póstuma?
E onde você vai entrar nessa história?
Qual rede social é a sua?
Faceboqueteiros,
Orkutgraneleiros,
twiteiros
Cento e quarenta toques para expressar um sentimento inteiro?
Ou para falar que foi ao banheiro e volta já?
Sem falar nas mensagens,
vou cagar, dá um tempo até o tempo para eu me limpar...
Disponível, invisível,
ausente, tanta gente
ocupado, não?
Não gostei
BLOQUEADO! oh! msn...
Qual tribo você pertence?
I pad
Ai pede?
Eu peço
Eu posso
Como você vive sem computador?
Feliz eu suponho...

Você fala quantas línguas, beija quantas bocas?
Qual a marca da sua roupa, e quantas tatuagens você tem?
A melancia no pescoço para se aparecer está em desuso
Agora é parafuso na orelha,
piercing no nariz, no umbigo, na língua
na urina é o abuso da liberdade que toma conta da
sociedade...


Eu não tenho as respostas, só queria saber se ainda lembrava
das perguntas...
Boas as memórias sobrias que não se deixaram contaminar pela
embriaguez coletiva de qual é o esperto da vez...
Só espero que você  não espere refletir sobre você só na frente do espelho
com um monte de creme no rosto e colares no pescoço...

Como descobriremos novos gênios, se estamos todos tão parecidos,
de conteúdo, de sentimentos, desarmados de coragem
e cheios de não-me-toque
não suporto,não aguento, heim?

O seu silêncio não me comove,
Se eu posso você deve,
Se nós conseguirmos
o MUNDO agradece...


ANDI VALENTE.





sábado, 25 de setembro de 2010

O sim da vida!

Sabe o que me move, nessa areia movediça?
As negativas, os nãos dos vivos, o sim da vida.

Enquanto os pessimistas são tolhidos pelo pavor do fracasso...
Abro os braços, não planto o talvez, semeio sorrisos.

Uma porta fechada com a chave quebrada é a oportunidade esperada...
De abrir as janelas,cicatrizar as feridas expostas e sorrir.

Sabe como se move uma pedra maior que o caminho a seguir?
Se souberes um dia eu sorrio...
Não me abala o sacrifício, a fadiga e o cansaço são só um princípio.

A fruta que me espera do outro lado do abstrato...
Sabe o mel que transpira nas concretudes das minhas intenções.

Desistir? Desisto da pretenção de adivinhar o que vem pelo caminho...
Mas jamais desisto de insistir em algo que acredito.
Sorrio quando o sorriso nem sempre vem ao acaso...

Não importa o que sei, o que fui ou como serei...
Nada importa quando se abre a porta e o suor do caminho,
é...
O sim da vida.
Andi valente

Soco!

Será!
Sei lá!
Sabe Deus!
Sim, assim que for veremos.
Se cuida,
se joga,
sai da toca.

Seremos?
Sereno moreno!
Sei?
Se for que assim seja...
Sóbrio, sombrio,
sanatório...
Somos?
Se eu falar
se sabe, ninguém acredita
Sou mesmo e daí
só de pinduricalho
sacode
sai...some...

Será?
Sim eu vi!
Serelepe, saídinho
saradinho, safadinho
suadinho
ui
ui
será?
Se ainda dúvidas?
Sei não, só vendo...
sinceramente,
sou não
sei que dá uma vontade
sei...
Sabe...
Sabemos...
Socorro!

Sabias que tu
sabias,
sempre soube que tu
soubeste
Só não imaginava
sua fama...
salgado,
soube sacundindo
ui
ui
sério?

Sacanagem não saber
se sempre olhei você
sua marca no dedo
seu sutiã,
seu afã
satisfeito?
Saboroso saborear o seu jeito
sabido do seu líbido
sedento dos seus segredos
sobejo,
solteiro
saimos ou ensaiamos,
ser humano
sobrenatural, mas faço uma de social
sofisticado solitário
sodomita?
Ser louco já não basta!!!

Andi Valente...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

canto e não me encontro.

Quem me quer não quero
quem eu quero não me quer
quem me dera
querer quem me quer
e não fazer sofrer quem não quero.

Quero um bem-te-vi
numa manhã de outono
me veêm como um colibri
que encanta os sonhos.

Normal pra ser alguém especial
Aromático sintoma de flor de laranjeira
fantasia em descer do pedestal
sem eira nem beira.

Quero querer fazer o bem
sofro em saber que faço o mal
olho nos olhos de quem tem amor
não olho pra quem me pede por favor

Faço de conta que sou feliz
me engano fácil e desencano melhor
sou feitiço do tempo
o encanto,fada do amor,
quebrou.

Já chorei, ajoelhei rezei fiz
promessa mas
Santo Antonio parece não ter pressa
reza
que tem a hora certa.

Vejo o tempo passar lento
a rua em movimento
olhares distantes, tento
mas meu coração sonolento
olha mas não se compromete.

Uso um lenço
escrito não me envolvo com o vento
perdido no tempo,
quem me quer eu não me encanto
quem eu canto não me quer.

Não me encontro
Nunca entendo!


andi valente.

CAMINHOS.

Sempre somos feitos de escolhas,
entre as escolhas estão os caminhos
e dentre os caminhos
há pedras e  espinhos
que por nossas escolhas
voluntárias ou involuntárias
somos obrigados a passar,
aprendi ver em qualquer problema uma poesia,
e descobri que há rosa que existe
dentro da alma de cada um
pode ser a rosa que faltava no meu caminho.

A realidade é por demais dolorida
 pra ser saboreada sem uma pitada de amor alheio,
sem um cheiro,
sem um livro lido por inteiro.


Sou por demais poeta
a minha vida concreta exige
uma alma aberta para novas descobertas
sem pré-conceitos
sem apontar os defeitos alheios.
Por isso torço por todos
que cruzam o meu caminho
fico na platéia na primeira fileira
gritando incentivos e aplaudindo
conquistas e te refazendo nos tropeços
Esse meu jeito de ser
que me faz crer que qualquer dia
vou encontrar você.

ANDI VALENTE.

...nuance

Água que lava as mãos,
que molha a terra,
que mata a sede
que irriga  plantações
que enche o curso do rio
que lava minha bunda no frio
que me provoca arrepio
lava meu coração cansado de sofrer
limpa a solidão que teima em aparecer
leva tudo pro fundo do mar
onde não canta galo onde na cisca galinha.

Fogo envenena coração despedaçado
ódio fareja fogo apagado
fogo de paus, ferradura na brasa
fogo arde os olhos
fogo  destrói os sonhos
fogo acende fogueiras do coração
fogo apaga fogueiras da vaidade
aquece o meu sono
incendeia minha alma
queima o mal ruim que
não quer parar de me atormentar
leva tudo pro fundo do mar
onde eu não possa mais encontrar.

Vento vertente do meu sofrimento
sopra do lado de cá um pé-de-vento qualquer
pra  sentir a brisa do mar
venta ventanias que possam me levar
vendaval que destelhe meus pensamentos
soterre antigos sentimentos
leve o que restou no redemoinho do esquecimento
um turbilhão  não faz o momento
remoinhada que espanta a passarada
e deixa  agitada as ondas do
rodomoinho tempo.

Chora agora  coração trapalhão
vagabundo e sem noção
verme espremido aqui dentro
lágrima que corre  lenta
que vai banhar o mar, com o sangue
derramado pelo incompreendido mal
homem que não ama
só sabe ser amado
não gosta, só é apreciado
gosta do inconsequente
frevo irreverente de quem não dá bola
zarolho zanzando feito um doido
chora agora
pois amanhã tenho hora
mais um fora de uma certa senhora
que me adora e eu não.

Chora, põe tudo pra fora
fala o que te mata
mata esse amor que te cega
fere esse medo medroso
faz tudo que te satisfaz
faz
cada vez mais
chora sem vergonha
cala quando uma voz de amor fala
vê se aprende que amar
não depende
independe
aprende
que um olhar difente
pode ser só mais um indiferente
ou pode ser o amor
semente que plantou-se em sua frente
tudo pode nada é não
questão de ocasião
olho no olho de quem tá de olho
no seu coração
que não te faz nada só provoca emoção
cega paixão, certa
que toma conta
desponta
desperta
a flecha do cúpido
adormecido
esqueceu
que o seu coração também merece
abrigo,
carente amor frívolo
quero um só jeito
um amor
de água tratada
de fogo latente
de vento intermitente
uma flor que faça meu coração
transpirar o perfume
da alucinação
louco pelo coração capaz de
quebrar a barreira da solidão.

andi valente.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ela.

Passos dos pássaros passeiam
fases de fracasso fraquejam
ruas sem hiatos, viela
cidade sem um marco, já era.

Cravo e jasmim na
janela
blusa de cetim amarela
batuque e tamborim na favela
o destino e sua tribo,trivela.

O gigannte com canela  dispersa
o mato e o capim na panela
o tiro de festim, sentinela
o rio entre dois córregos, pingela

João e Maria
eu e ela.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O medo que dá.

O medo que dá quando o coração
teima desgarrar da razão e vagar sozinho
teima querer um rumo
sôfrego em saciar amor mal acabado. 

O Medo que dá de ser mais um,
único dilacerado pela rejeição
trôpejo diante da inércia da razão
livido entre os espinhos do caminho.

O medo que dá em olhar o mar
sem ver o fim que teima querer findar
ver em seus olhos o medo de me olhar
mas e o medo que o medo me dá!

O medo que a razão prevaleça e nada aconteça
sofro de coração calado
um medo danado das minhas fraquezas
desrazão inerente aos vasos quebrados
de um coração todo enxarcado pelo último
vendaval que carregou o que restava.

Sementes que não vão querer vingar
ninho sem alma pra acariciar
facho de luz sem luar
eu e o medo de errar.

O medo que o medo me dá de morrer
sem amar.

andi valente.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

erro puro.

Nossos amigos talvez compareçam a festa
quem sabe...
Tudo foi feito de súbito
de tempos em tempos surpreendo as folhas
que caem das árvores.
Acordo bastante cedo e antes que os sonhos
tenham tempo de despertar
observo...
As folhas bailam na secura do tempo
o vento varre o chão e espalha algumas
em minha direção,
sofro com o  regresso do tempo.
Tenho motivos bastantes para pensar assim.
Por que ela não veio a festa?
As flores pintadas na janela sumiram
não sabiam por que ela não veio a festa
o pano branco estendido no altar das estrelas
sofreu...
Já que devemos pensar, pensemos grande
árvore de galhos fortes no fundo
todos se sentiram pior depois da festa
chegaram-se em mim e me disseram:
- Precisamos de ti, ela agiu contra si mesma.
Ao invés de ficar feliz, entristeci,
os olhos marejados, a face rúbea,
o rumo perdeu-se em meu destino
a frase foi escrita e não lida,
eu nasci para morrer sozinho.
Os vagos pensamentos indecentes
os soluços sem solução aparente
o mal da maldiçao que me pertence
o fogo que corroe a minha mente
choro...
Ela não veio,
ela se foi,
ela se perdeu no tempo
ela se juntou as flores
ela foi procurar o que sobrou
dos escombros do nosso diário
ela é só uma palavra
sem tradução
um sentimento
um momento
um silêncio
ela é

um...
Erro puro.

andi valente.

Porta!

O resto que importava?
Não importa !
O que importa
não bate à porta
salvo o coração
mas quem se importa,
se a alma que sorria
afoga.

RICARDO!

DEUS sabe o que faz
trouxe ao mundo um menino
de olhos azuis,miudinho
bem no dia 20 no final do frio
era pra você ver a primavera nascer
numa quarta-feira de um setembro
qualquer pra iluminar nossas vidas
e atiçar o meu ciúme, desculpa
pelos beliscões eu era mimado
e não estava acostumado a dividir
atenção que até então era só minha.

A lembrança mais marcante de nossa
infância distante (é os dias passam )
e os cabelos brancos não mentem
Foi que como todo irmão do meio
sempre sofrestes mais, todas as dificuldades
da Londrina querida, que teimava em dizer
Ricardo temos que rezar por você!
Quando todos entraram em oração pensando no pior
eu dizia pra mim, esse meu irmão é esperto
não vai deixar que o incerto acabe com o seu sucesso.

Generoso, foi  num canto de uma esquina
um moleque inteligente com dois gravetos na mão
me ensinava a dirigir, eu mais velho e ele sábio
viajamos no mundo da imaginação sentados
na rua de terra batida o nosso poçante seguia
primeira, segunda, terceira marcha,
rumo a lição mais importante da minha vida
não se preocupou em dividir a sua experiência comigo
o sabe-tudo, e foi ali que aprendi não só a dirigir
como admiti que melhor do que saber era ter você
como irmão.

Fizemos o ímpossivel quando quiz o destino
que a sua primeira comunhão caísse no mesmo dia
da minha formatura de primeiro grau. Dividimos nossos
pais por igual, o queridinho do papai ficou com a mamãe
em sua primeira hóstia, eu fiquei com o papai recebendo
o canudo de formando pela conclusão do meu estudo.

Os anos passaram e fizemos escolhas distintas
saímos de Londrina, viemos pra São Paulo e como em
toda cidade grande fomos em rumos diferentes,
Cruzo com tanta gente mais não vejo você no meu retrovisor
ou em qualquer esquina, mas sei que se precisar
ei de te encontrar.

Feliz do ser humano que tem você como irmão
brigo, xingo, falo mal de você mas se alguém
mexer contigo sou o primeiro a defender, morro
antes que matem você.
Obrigado querido
e se não disse digo:
- EU TE AMO!
Irmão é lindo saber que eu me espelho muito em você
Sei que não fui o exemplo mais fiel de pessoa correta
sei que errei nos momentos cruciais,
Não sirvo de exemplo nem pra sombras dos jornais
Só agradeço todo dia por ter você mesmo que distante
dentro do meu coração
Ricardo você é o melhor irmão que eu poderia ter.

Andi Valente.

domingo, 19 de setembro de 2010

Um minuto e nada mais

Cinco e nove da manhã de sexta-feira
Vinte e oito do outono de um ano desses
Mil novecentos e alguns dias depois
Trinta e seis anos do acontecido José
Dezesseis primaveras da Hortência incandescente
Treze feriados consecutivos no sábado
Seis meses e floresce o Candango Serafim
Doze pétalas de uma rosa vermelha
Catorze de novembro cruzamento com a rua do Livramento
Quatrocentos e setenta e cinco, apartamento
Cento e trinta e nove, bloco
Oito
Sétimo Andar,
Trezentas tentativas no celular
Oitocentos toques na campainha
Nove minutos depois...
O despertador berra
Coito interrompido
Um minuto e nada mais
Teria descoberto o bandido
Que tocava a campainha e ligava o celular sem
Parar.
Pô deixa eu dormir em paz!

Andi valente.

Subtração!

Se
Subtraíres
as
 probabilidades improváveis
Descontares
as
 variáveis preponderantes
Abateres
as
condicionantes impensáveis
Eliminares
as
possibilidades dissonantes
Excluíres
as
vogais e as consoantes
E  a Equação
permanecer
em débito
Solte o
verbo
É
roubo
!

Mentiroso

A máscara
mascara o mascarado mentiroso
A farsa
degenera a deficiência do vazio
O abutre
pensa que  engana assombração
Eu?
Almoço e alimento desejos alheios.
O Ivo
testemunha o impossível impassível
e evoca pra si
a responsabilidade da despedida.
As lágrimas
fanáticas pelas fraquezas frequentes
fisgam
Os incrédulos
apaixonados pela razão.
Eu?
Troco o canal pra ver telejornal
Você?
Não faz parte da minha rotina,
Aos cachorros,
falo a verdade,digo o que penso
sou sincero
já o Junior, vira-lata ensinado
finge que me ouve enquanto 
come meus chinelos
A Natascha, cachorra de raça (não me lembro qual)
late pro gato que passa apressado
e nem olha pra mim
O Macaco um cachorro engraçado com cara de malandro
sobe no banco e mete o fucinho onde não foi chamado
a ração tira toda minha atenção. 
Eu?
lavo o banheiro, escovo os cabelos e escrevo.
Mulheres,
não assumo compromissos
não escuto os indícios
não participo dos inguiços
não surto com o discurso
aproveito
o bico do peito
o colo do útero
o gosto do beijo
o meio, só o meio
meigo, meto
deito,
meto
refeito,
remeto os defeitos
deito
chupo o peito
o meio do meio
o nariz vermelho
a bunda estapeio
meto
de lado
com jeito de professor,
faço um agrado todo apaixonado
uso os verbetes do meu dicionário
já meio surrado
ela deita de lado
e ronca engraçado.
E eu?
pra gabar meus feitos
aos amigos do peito
engano.
E a mentira?
ela fica na janela
a espera
das  promessas metidas
almas feridas,
profecias não cumpridas
profecias compridas
palavras de cabeça quente
melodias.
O tesão diz:
_ Quero esvaziar a bexiga e encher a barriga.
E eu?
Esqueci a camisola dentro do carro e agora?
Jogo fora,
O perfume vencido
jogo fora
As frases de amor
o vento leva embora
e o preservativo colorido
com sabor de morango silvestre?
_ Eu esqueci de colocar!
Preciso aprender a rezar
Vou orar,
filho agora não tenho como sustentar,
meu, não fui eu
meu, já era
não foi eu que meti
só menti
vou subir de joelhos,
o culpado
veio a pé
esta perto da estação,
uma complexa trama de categorias
por meio das quais
e graças às quais
a percepção foi a mentira
que meti.
Uma pequena aranha está  construindo
teia nessa roseira amarela
provei
a aranha
errada
preciso de algum relógio que me desperte às 7 horas,
vários rádios-relógios
o pesadelo já uriçou os meus cabelos,
a árvore respira pelas folhas
transpiro preocupação
um funil
vou fazer um abaixo-assinado
contra os mentirosos
filhos de mães ímpuras
putas filhos da mãe
quem inventou a mentira que
morra.
Eu mesmo não vou em enterro de charlatão
não vou ao enterro de embusteiro
Ela?
Não sabe meu endereço,
troquei de telefone
por um moderno
e o número
pra combinar com o formato do meu retrato
troquei também
sou esperto
faço tudo certo
até eu acredito em mim
só esqueci um detalhe,
Sou casado e ela deita ao lado
do meu namorado,
Sou viado!


Andi Valente.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PROVAÇÃO

O que tu chamas de tua provação
É tão somente pertubação
Suplico aos céus que isso seja perene
Manobras do coração.

Aveia de flocos com mel
Não cegam as falanges noturnas
Brigadeiros e doce de leite
Esconde a dor da inflamação.

Conta corrente descendente
cheque sem fundo na mão
Caneta no canto da orelha
Extratos rasgados forram o chão.

Solidão que transpaça a madruga
Telefone que só toca na hora imprópria
O cartão que implora uma solução
Vontade de abrir a janela e se lançar ao vento..

Poesia Concreta

Meio caminhão de areia
1/4 de pedra
meia conversa fiada
duas dúzias de cerveja
doze homens no armário
uns trocados pro sovado
8 enxadas
e muitas mãos calejadas
14 machucados
três pás de concreto armado
uma betoneira
duas empilhadeiras
uma tonelada
de mulher pelada
9  camisas molhadas
Uma língua cansada
Quatro milheiros de tijolos
seis  blocos assentados
sem telhas no telhado
duzentos gramas de caibros
três vigias fazem au...
num bailado infernal,
74 vigas na parede
uma cãibra no cafuso
e o povo  enche o saco,
400 ferros amarrados
um tanto de concreto derramado
uns mijam ali ao lado
outros 8 cheiram o suvaco
e nada de churrasco,
100 sacos de cal
latas amarradas no varal
e um sobe e desce de concreto,
criança chora no quintal
e é mãe que passa mal
filha que vai pro hospital
50 quilos de carne
20 de gordura
70 de cintura,
copos nas mãos e um sorriso falso
no beiço, peito com decote perfeito
e o olhos todos no  rosto
um trazeiro fogoso
cem mangueiras na seca,
falta água, e o suor que pinga
um golinho pro santo
dez pra acalmar os ânimos,
300 metros de conduite
massa corrida
2 picaretas na varanda,
é o fraco que descansa
e o Chico que assovia
tem arroz e macarrão
vinagrete e feijão
cimento espalhado pelo chão
5 sacos de laranja pra chupa...
duas horas de refeição
muita reza e oração
é o sol que alumia
meia hora em meio dia.

andi valente.

3 pedidos

1) Tenho tudo o que preciso, mas não tenho tudo o que quero, portanto...

2) Espero tudo de bom , mas não tenho  todas as boas coisas, então ...


3) Desesperado, eu quero, eu quero, eu quero...

andi valente.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

120

São 120 passos a distância
entre o cansaço e meu espaço
uma escadaria  que me esconde
atrás de um velho verniz do bloco b
rasgo a armadura do latim
faço um verbo só pra mim
um passo em falso e
assalto a calça do vizinho
é que aqui tudo é apertadinho
os meus olhos teimam em ver as
cores onde só o escuro predomina.
Negro de terno azul
pardo com olhos claros
moreno,grita a vizinha do quarto,
socorre é caso de obtuário,
branco volta o tio do 22,(eu nunca lembro seu nome)
assustado com a conta do supermercado
deitado no sofá do 43 ouço sorte
e espero o sol
pra voltar ao trabalho, a rotina
e aos  120 passos.

andi valente.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tempo

Faz tempo que o tempo não sangra meus vazios,
os pensamentos aindam chamam o pôr do sol de amigo.
Faz tempo que  não tenho tempo  de temperar o  tempo
com o tempero do sofrimento.
Faz tempo que o tempo não diz , dá um tempo.

Há lágrimas  represadas nas barragens feitas pelo tempo
que agora transborda tempestades nas cercanias do meu jardim, 
Os pés não se seguram mais ao chão,
as flores  falam a mesma língua ou enloqueci?
A saliva seca emudece as frases que teimam dizer não.   

Faz tempo que o tempo não me chama à razão,
o deserto de desejos secou.
Faz tempo que o tempo deixou eu brincar de paixão,
semear solidão  desbotou meu arco-íris
no horizonte  a lua míngua.
Faz tempo que o bom tempo transava e fazia amor
em todas as posições. 

Maldito o inventor do tempo, que cura as feridas
ao seu tempo
Maldito senhor do tempo que de tempos em tempos
trás as lembranças de um tempo que não volta.
Maldito tempo que finda o nosso tempo ao sabor
da fruta madura.(ou verde e imatura)

Faz tempo muito tempo mesmo que queria dizer ao Senhor:
-Dê tempo, pra dar tempo pra quem quer ter tempo comigo.
Faz tempo que tempo o senhor não dá
muito menos dinheiro pra te subornar.
Maldito tempo, remédio, remendo  do meu descontentamento.

Faz tanto tempo que nem me lembro do primeiro tempo, só
peço prorrogação, quero ver meu time ganhar sem gol em impedimento.
Faz tempo que não faço do meu tempo um templo sem hora pra acabar
que não conto estrelas do mar, nem vejo o fim do jogo terminar.
Só to empatando o tempo de quem quer tempo sério pra me amar.

Tempo seja meu amigo, dê mais tempo pra consertar os concertos
desafinados dos  minutos perdidos com as bobagens do coração.
Tempo seja meu amigo, faça o tempo correr devagar pra que eu possa
ter tempo pra ser seu amigo.
Faz tempo que não tenho um amigo,
Tempo quer ser meu amigo?

Andi Valente.

manual de instrução!

O manual de instrução
manuscrito com os sonhos
dos meus idealizadores
não previa as duras
tintas que assolariam
as asas da andorinha
beija-flor reticente,
sol que se põe atrás do ventre
olhos de outonos sem graça
mãos de verão,
coração gélido em decomposição
não comtempla a paisagem
só se desintegra como
primeira pessoa,
plural atitude insular
na península onde a primavera
cheira terra e onde o
mato brinca de voar.
(manual difícil de entender?).

andi valente.

coração da morena.

O mortiço  modorrrento mofino
morria de medo que a molecada
matreira, macerasse seus miolos
mesmo por uma molhadela miúda.

Medroso matuto molificava
com a malemolência da morena megera,
que manipulava o manhoso mané
com uma malevolência minuciosa.

Meretriz, mantinha um matadoiro num
matagal marginal, maculava os maridos
como maricas, martirizava os marmanjos molestando
suas mulheres com momices monstruosas.

O matrimônio do mofino moribundo
com a morena molambenta foi uma miscelânia,
de migalhas, miúdos para a mocidade
mundaréu de moquecas para a multidão.

Mosca-morta metade dos momentos
metediço mussitou da muxiba de uma  menina
mulher de um mulato músculoso maçador murchou
miraculosamente até o muxoxo mixuruca da morena.

Mandingueira ,maquinou uma macumba ,
meteu o marmóreo mão-de-vaca no meio,
marosca maroteira para marrar o  marido e mascarar,
o moreno massudo meliante meticuloso,
molambo sem moedas, mas motivo pra
mutação mundana no coração da morena.

andi valente.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

vazio.

O
vazio vaga sozinho
entre o norte
dos seus joelhos
e o sul do seu
umbigo.

O
silêncio se espalha
pelo cheiro dos seus 
cabelos
até as dobras dos seus
dedos.

A
inocência do seu olhar
caminha devagar
até o meio do meu
peito.

Ao
leste do seu maxilar
sai um sorriso
que desce a
oeste do seu
calcanhar.

O
nosso amor profundo
geme em segundos,
uma bússola sem rumo
dispara acelerada
com o contato
dos nossos
pêlos.

A
língua tateia o
canto da orelha
e como um barco
sem destino
desce coluna vertebral
procurando
um porto seguro
terra firme da
coxa fêmural.

O
beijo molhado sela
o fim do nosso trato
cada um do seu lado
o vazio que nos separa
o silêncio mordaz
o amor que não existe
só o sexo que insiste
em acalmar por instantes
duas almas em transe.

O silêncio grita paz e o
vazio clama por socorro
para o buraco que se abriu
entre a razão que diz chega
e o coração que pede fogo .

andi valente.

domingo, 12 de setembro de 2010

O que falta não imagino.

O que me falta não imagino,
                                          uma bicicleta que só,
corra com uma roda
                          um ninho de passarinho,
                                                     uma dentadura  sem dentes
                                 uma canção que saia dos beijos roubados

          um pai presente
                                                                                     um conselho decente

tenho tudo e não sei o que falta,

                                               a alegria dos campos
                                                                                a imaginação dos amantes


    um mirante d'água
                                                                                                um caseiro que cuide da minha inocência
                                                          não imagino o que me falta

uma escola,
                        uma bola,
                                       uma lua pra pedir e não me deixar durmir
                                                               sinto que falta algo

                                                                                                      canto de amor que ecoa nas pedras
                      diário que esconda meus segredos
                                                   dezenas de palavras
                                                                                         beijos nas manhãs de frio
 sorriso de garganta a garganta
                                                guia que me ensine o caminho
                                                                                                 uma maça vermelha
                    um trapo pra  esconder os meus medos

                                                                                                                                   o que me falta não
imagino,
                                    aplausos pros meus fracassos
                                                                                      um vaso florido
uma primavera de ilusões
                                                 coração que bata no peito
                                                                                               talvez  falta vida em minha vida
                   dúvida sem resposta
                                                  fogo eterno entre nós dois,
                                                                       falta paixão no calor do verão,
                                                             não sei se sinto
              ou tenho falta
                                  sei que não imagino,
                                                                    uma moeda  pros meninos
                     uma rua florida
                                            macumba na encruzilhada
                                                                                   chuva na beira da estrada
                                                                                                                              um deserto de mortos
um outono claro
                          nuvens brancas
                                                  cartas de amor pra responder
                                    
O que falta não imagino,
                                       só imagino que tudo seria diferente
                                                                                            se imaginação tivesse.
andi valente.