domingo, 5 de setembro de 2010

caminhO

chorar não foi preciso
o que vejo são as fotos
dos dias
incertos
quando o coração batia no tempo do seu sorriso

em cada olhar soubeste
me descrever como ninguém
não sabia maldar
era a cadência dos seus passos que me faziam andar

lembro-me dos versos do seu corpo
seus dedos no meu rosto
seus beijos no meu dorso
lembro-me que lembrar você me faz esquecer a dor de não te ter

eu e você éramos  só sorriso
riso fácil,gosto de adrenalina que contamina
eram as fases do seu humor
que deixavam a lua mais linda

o silêncio era nosso momento favorito
a respiração transbordava ação
a brasa do seu toque libidinoso
incendiava minha alma em puro êxtase e tesão

em você eu era um pouco de mim
mergulhei no suor dos teus prazeres
pra você me despi dos meu exageros
com você cruzei o mar ao som dos seus beijos

pena que ao cruzar o caminho de um outro qualquer
quis o destino que o seu fosse pra bem longe do meu
ser adubo do jardim que floresce ao redor de mim
pálida lembrança das nossas andanças

agora sozinho apreciando os nossos caminhos
o orvalho se esvaindo nas manhas e solitárias manhãs
já não derrubo lágrimas com suas lembranças
só peço ao destino que me leve ao teu caminho.

ANDI VALENTE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário