domingo, 12 de setembro de 2010

irmão doente.

A mãe abraçou-o com ternura
suas lágrimas emocionaram a todos os presentes
acariciava seus cabelos vagarosamente
como se fosse (e era) a última vez
A doença grave do filho ansiava os pais
e o filho com um sorriso constante
balbuciava numa felicidade incomum
o que tiver de ser, será.

Ansiava por me ver distante daquele local
Meu coração ansiava pelo recomeço
ansiava pelo novo amanhecer,
mas ao ver minha mãe derretendo
sofrimento,
sofria e sorria para parecer forte
mas o coração já não aguentava mais
tanta dor,
o que tiver de ser, seremos.

A nossa fábula era um circo sem palhaço
algo sem vida que ainda respira
um soco no estomâgo vazio
lamento de final de tarde cinzento
uma seca de tormentos
e meu irmão das fotos e
dos bons momentos,
morreu,
o quer tiver de ser, fomos um dia.

Lágrimas de tristeza e de alívio
se misturavam a marcha do soterramento
Enterro de sentimentos difusos
carne que se foi agora,
alma que permanece na memória
Irmão que deixou suas marcas
sangrando na chuva que molha o solo
o que tiver de ser, vamos ter que recomeçar
sem você.

Andi valente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário