É na madrugada,
entre os confins da noite
e o prelúdio da manhã
que confesso meus pecados.
São as madrugadas
que embalam meus pesadelos
onde confio meus segredos,
retiro minhas máscaras
desnudo-me dos meus medos.
As madrugadas empalidecem
o orvalho que embassa minhas vestes,
desentulho os bueiros dos meus cativeiros postiços
abandono as criaturas que carrego o tempo todo.
E os meus segredos aos quais tanto tenho apego
nas madrugadas fixam olhares no silêncio do luar
os meus desejos mais excusos
sentem o gosto amargo do desapego exagerado
dos meus eus complicados.
Madrugada
eternizada nos cantos do alvorecer
sonhos
que hão de crescer ao amanhecer.
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