O cheiro do perfume da relva do orvalho amanhecido
constrastava com o combalear do bêbado equilibrista
escrevendo sua própria trajetória nas auroras do alvorecer
lúdico, perverso com as palavras mas de alma purificada
relatava os versos aos berros:
-Eu te quero, eu te amo, vivo por saber que vives dentro de mim.
Florisbela da rua da vila, casa amarela, era uma bela vela acesa
nos pensamentos de qualquer cidadão da pacata cidade do interior,
sincera, sua melhor descrição era uma recatada moça um tanto quanto
antíquada para as modernidades dessa nova mocidade, mas preservara
o essencial para sua juventude, a excelência da dignidade.
Morena, pequena, de ancas largas e passos rápidos, cheiro fácil e sorriso inigualável, moça prendada, prometera a cumplicidade ao rapaz que lhe trouxesse lágrimas de felicidade e um amor verdadeiro.
Pedro, o laterneiro, homem honesto, digno de respeito, trabalhava
o dia para se encontrar com sua amada no passeio em noites alvas.
O destino quiz que certa meretriz de passagem pela cidade, fosse se engraçar justo com o rapaz, apalavrado com a flor mais bela.
Não resistiu aos encantos de uma vadia que de outros cantos veio infernizar
o seu sossego e deixar em prantos os encantos de sua amada Florisbela.
O vendaval que assolou sua integridade, matou a maioridade da encantadora
dama, que ultrajada pelas falácias espalhadas, resolveu terminar com o seu
Romeu(Pedro Romeu) era o nome do plebeu, sem ao menos dar-lhe uma chance para que o romance fosse adiante.
Outrora trabalhador e interessado rapaz que por desgraça do pecado na praça,
foi condenado ao limbo e ao esquecimento da pequena morena, que por ora
pena, sofre e condena tudo que lhe fora afirmado pelas corujas matreiras, fofoqueiras da infelicidade alheia, e negado pelo distinto rapaz, culpado e não perdoado.
Resta ao deseperado lanterneiro, chorar ás mágoas junto ao colorido do arco-íris, desfolhar as petálas do roseiral defronte ao laranjal da sua casinha de cristal, que outrora fora sonho para um casamento eterno, e agora virou lembrança das andanças de um rumo sem prumo de andarilho errante, sem dor semelhante, mas culpado pelo pensamento amoado, instinto desavisado, que não teve perdão de sua eterna paixão.Pedro chora rios as margens do lago da cidade.
Bela,enfim se revela, tira a capa da linda donzela, o manto da imaculada santa e prepara voos para outros pousos com um rapaz que conheceu por foto e depois via câmera numa dessas redes sociais,um tal de Wellington, procurador de moças virgens, que desviou o caminho da nossa heroina e transformou sua dor somente em lembrança na retina.
O casamento de juras de amor, sem toques nem recentimentos, foi marcado com data e horário para que o nobre vigário também estivesse conectado e as testemunhas uma de cada lado, presenciassem o fato e assinassem o termo pelo bate papo virtual.
Os filhos virão prontos da cidade grande com a face do pai e os cuidados da mãe, sem mesmo terem tido o primeiro beijo ou a primeira noite, tudo via net, o toque na tela da casa amarela, desvirginou a morena e trouxa a ela toda a "felicidade" desses encontros virtuais.
Essas modernidades que pra minha idade...
Sinceramente, prefiro o repente do olhar e o estalar dos beijos, ao toque gélido de um artefato sem sentimento, ah! Meus bons e velhos tempos...
andi valente
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